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Transição do convencional para a agroecologia, uma tendência em ascensão

REDATOR by REDATOR
7 de agosto de 2025
in AGROECOLOGIA
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Home AGROECOLOGIA
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– “Água mole em pedra dura, tanto bate, até que fura”. Este adágio popular representa bem a insistência das pessoas que adotaram a agroecologia como prática para a produção de alimentos saudáveis, promovendo equilíbrio dos ecossistemas, com qualidade de vida e bem-estar social. O número de consumidores com novos hábitos alimentares e das unidades produtivas que adotam a agroecologia como meio de produção, tem sido uma tendência em todo o País –

DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade*

Na semana passada, o site Cultura&Realidade registrou a programação do IV Encontro da Rede de Agroecologia Povos da Mata, ressaltando, ao seu final, a jornada longa e lenta, porém cada vez mais presente, de uma consciência produtiva, no campo, como foco na segurança alimentar e práticas que visam a longevidade dos recursos naturais na produção de alimentos, com foco na qualidade de vida e bem-estar social nos ecossistemas.

Paula Silva é uma daquelas produtoras que se desenvolveu praticando o discurso, Da teoria à prática. Estudou, escutou, verificou e pôs a mão na massa, produzindo, colocando caixa de verdura na cabeça para vender nas ruas e articulando seus pares nas horas de descanso. Não parou no tempo vivendo de retórica e sensibilização pela compaixão da tragédia como argumento. De certo, esta escolha a tornou um farol para dezenas, talvez centenas de produtores e produtoras que adotam a agroecologia como método de produção.

Para Paula Silva, uma das mais importantes lideranças do movimento da Rede Povos da Mata, o encontro simbolizou uma década de construção coletiva. Ela destacou que nos últimos 10 anos, além da organização da rede de produtoras/es agroecológicas/os, a mais importante conquista foi a consolidação do processo de certificação participativa. “Empoderamos mulheres, fortalecemos a produção de alimentos orgânicos e saudáveis. Produzimos saúde, equidade de gênero, transição geracional e autonomia. Nossa rede está viva, presente em 21 territórios, com 150 grupos organizados, e o IV Encontro contou com a presença de 16 caravanas em Irecê”, ressaltou.

No Território de Irecê, o desenvolvimento do senso de produção a partir da agroecologia, tem sido um processo longo, com ações históricas que se iniciaram na antiga Esagri – Escola Agrícola da Região de Irecê, quando alguns dos seus egressos, sensíveis aos graves impactos ambientais promovidos pelos métodos convencionais nas atividades agrícolas, adotados no ciclo do feijão (de 1960 a 1990), resolveram experimentar novas formas de produção e disseminar seus conhecimentos e experimentos na região, a partir de organizações sociais não governamentais, bastante operantes à época: GARRA – Grupo de Apoio e Resistência Rural e Ambiental e o Ipeterra.

Organização da rede de produtoras/es que adotam práticas agroecológicas, a certificação participativa, a valorização das mulheres, as feiras de produtos orgânicos e a implantação do curso de agroecologia na Uneb – Campus XVI – Irecê-BA, são as principais conquistas deste movimento, que vem sensibilizando uma nova forma de consumo e ampliando adeptos da segurança alimentar e nutricional.

Além da Feira de Orgânicos de Irecê, a mais tradicional do território, que ocorrem às quartas-feiras e sábados, tem feira também em São Gabriel, João Dourado, Lapão, Gentio do Ouro e João Dourado. Em todos os estados já existem os núcleos de comercialização, algumas bem antigas, como registramos abaixo alguns exemplos, confirmando a tendência geral.

Adotar meio sustentáveis de produção agrícola e pecuária tem exemplos marcantes em outras regiões do Estado e do País. No Rio Grande do Sul, também ocorre mudanças de conceitos produtivos, favorecendo aos ecossistemas e modo de vida das pessoas, a partir do “modelo de produção sem agrotóxicos que busca garantir maior rentabilidade para famílias e tornar propriedades mais resistentes a eventos climáticos extremos.”

Aos 33 anos, o agricultor e engenheiro agrônomo Eleandro Gonçalves da Silva tem transformado sua propriedade de seis hectares em Aratiba, na região gaúcha do Alto Uruguai, em um laboratório vivo de transição agroecológica. Participante do projeto Terra à Mesa do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), que articula agricultores familiares em torno de práticas mais sustentáveis de cultivo, Eleandro aderiu ao SPDH+ (Sistema de Plantio Direto de Hortaliças) e passou a experimentar técnicas como a cobertura verde e o uso de mix de sementes para estruturar o solo.

O SPDH+ é uma metodologia utilizada pelo Projeto da Terra à Mesa para promover a transição agroecológica massiva na agricultura familiar na região sul do Brasil. A lógica do projeto é substituir o modelo agroquímico e industrial por sistemas que utilizem o cultivo de plantas específicas para melhorar a saúde do solo e a produtividade das culturas.

Eleandro conta que a propriedade da sua família já trabalhava com metodologias de “cobertura verde” nos últimos anos, utilizando aveia preta junto com o cultivo de milho, por exemplo. No entanto, era um trabalho realizado de forma quase “experimental”. A partir da adesão ao projeto, a propriedade passará a usar as proporções exatas de cada semente para garantir um aproveitamento gradual de nutrientes durante todo o an.

O Projeto Terra à Mesa funciona em duas etapas. Na primeira, é oferecido ao produtor cursos, oficinas e intercâmbios de capacitação. Em um segundo momento, é oferecida a assistência técnica, que é acompanhada da coleta do solo e da orientação de quais são os materiais adequadas para cada propriedade e cada cultura a ser plantada.

Eleandro explica que o SPDH+ trabalha com um mix de sementes que inclui aveia, centeio, ervilhaca e nabo forrageiro — cada um com funções específicas como descompactação do solo, reciclagem de nutrientes e fixação de nitrogênio. Para a próxima safra, cujo plantio se inicia nos próximos dias, Eleandro vai integrar esse sistema ao plantio do milho em uma área experimental de um hectare na propriedade. Para o ano que vem, a intenção é ampliar para toda a lavoura.

“No meu caso, vai ser o milho. Mas outros colegas vão plantar feijão, por exemplo, então o mix muda. Algumas sementes são comuns, mas outras variam conforme a necessidade de nutrientes e a próxima cultura”, disse Eleandro, em conversa com o Sul21 na véspera de 25 de julho, Dia Internacional da Agricultura Familiar.

Eleandro conta que cresceu vendo seus pais adotarem o modelo convencional baseado no uso intensivo de maquinário e agroquímicos na propriedade da família. Quando passou a cursar Agronomia, com ênfase em Agroecologia, na faculdade, tomaram conhecimento de alternativas. Começaram implementando técnicas de adubação orgânica e utilizando produtos biológicos para o controle de pragas.

“De uns três anos para cá, a gente notou muita evolução de resistência, principalmente que o nascimento de inços, plantas daninhas, está diminuindo gradativamente. E também a proteção dos solos na época de chuvarada”, diz.

A agroecologia também tem sido estratégica para a redução de custos. “Principalmente para a pequena propriedade, essas novas práticas vão ser o futuro. O custo das culturas tradicionais no sistema convencional é elevadíssimo, de químicos, agrotóxicos e maquinários. (A agroecologia) é uma necessidade para baixar o custo e aumentar a rentabilidade”, diz.

Ele explica que uma mudança adotada para baixar o custo e aumentar a rentabilidade é utilização de sementes próprias de milho. “Não são variedades de alta produtividade, não alcançam 200 ou 300 sacas por hectare, mas o custo de implantação é bem baixo e acaba se tornando mais rentável. Então, nesse sistema, nós estamos tendo mais lucro, com menor produção, com menos trabalho do que antigamente, que tinha essa ‘tecnologia alta’ que falam na mídia”, afirma.

Único caminho possível para o clima

A Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar) estimou, em junho de 2024, que mais de 206 mil propriedades foram afetadas, com perdas na produção e na infraestrutura, em razão das enchentes de maio. Mais de 19 mil famílias tiveram perdas relativas às estruturas das propriedades, como casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários.

Diante da tragédia, os governos estadual e federal disponibilizaram uma série de ações e recursos para mitigar os impactos. O governo federal, por exemplo, diz ter beneficiado mais de 80 mil agricultores com descontos as dívidas e juros zero em operações de custeio, somando R$ 1 bilhão em 140 mil contratos via Pronaf Emergencial. Já a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) informou que o Estado alocou, até maio de 2025, R$ 157,7 milhões em horas-máquina para auxiliar a recuperação de áreas rurais e estradas vicinais em municípios atingidos, recursos que serão utilizados para limpeza, desassoreamento de rios e reconstrução de pontes, além da aquisição de insumos como brita, saibro e cascalho.

Contudo, para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado do Rio Grande do Sul (Fetraf), não há como pensar a reconstrução sem mudanças no atual modelo produtivo dominante no campo, que tem gerado consequências desastrosas, como o êxodo de jovens, a concentração fundiária e a degradação ambiental. “É um modelo produtivo com alto custo de produção que não permite com que o agricultor tenha renda. Diante desse contexto, muitas famílias têm ido à falência por conta dessa dinâmica”, diz Douglas Cenci, coordenador estadual da Fetraf.

Douglas pontua que a entidade está ajudando os agricultores a construírem um novo modelo produtivo com foco na sustentabilidade ambiental, redução de custos e aumento da autonomia das famílias. Segundo ele, cerca de 300 famílias no Rio Grande do Sul já participam do processo de transição agroecológica, muitas delas antes dedicadas à produção de soja transgênica. A mudança, afirma, representa uma aposta na viabilidade das propriedades rurais por meio de práticas mais justas e sustentáveis.

“Estamos trabalhando a agricultura familiar como modo de vida, discutindo as bases de diálogo entre os agricultores numa perspectiva de olhar para o espaço onde a gente vive, que é o espaço que a gente trabalha, numa perspectiva de fazer com que esse espaço seja um espaço acolhedor, que garanta a condição da produção social, tendo as condições mínimas de vida e de trabalho. E, à medida em que a gente olha pra agricultura familiar depois de um conjunto de intempéries climáticas, fruto das mudanças climáticas, a gente percebe o desafio que é produzir os alimentos nesse contexto e a necessidade de transitar para uma nova dinâmica de produção”, afirma.

Para Eleandro, práticas como as que estão sendo implementadas na propriedade de sua família são fundamentais para o enfrentamento das mudanças climáticas. Ele critica a lógica da monocultura em larga escala e destaca o papel da agricultura familiar na preservação da biodiversidade.

“A agricultura familiar é o único método que pode ajudar no combate à crise climática. Trabalhamos com diversidade de culturas, com produção escalonada ao longo do ano. Aqui na propriedade, por exemplo, agora é época das frutas cítricas, como bergamota e laranja. No verão, vêm as culturas anuais, e depois outras frutas. A produção de alimento acontece o ano inteiro.”

Além disso, segundo Eleandro, é comum que pequenas propriedades também mantenham áreas reflorestadas em terrenos mais declivosos. “A gente casa preservação com produção”, diz.

Turismo rural como alternativa de renda

A transição agroecológica também permite explorar outras formas de geração de renda. Localizada às margens da barragem de Itá, a propriedade de Eleandro tem belezas naturais que atraem visitantes interessados em turismo náutico e na realização de trilhas, mas também em conhecer os sistemas alternativas de produção.

Eleandro conta que o turismo ainda é uma iniciativa em fase inicial, mas a propriedade já conta com duas cabanas construídas para hospedagem e novos espaços estão a caminho. Além disso, estão fazendo também um pavilhão voltado para o turismo náutico na barragem, onde será possível abrigar barcos, jet skis e outros equipamentos.

O número de visitantes ainda é pequeno, mas já é constante. “Já tem fluxo pequeno durante todo ano aí para conhecer, para ir tirar leite da vaca, para ir lá colher a nossa bergamota, que agora está na época”, diz.

Eleandro avalia que o turismo rural na região tem as mesmas potencialidades de outras partes do Estado, como Bento Gonçalves, mas que a diferença ainda é de estrutura. “Lá é organizado, aqui não tinha essa organização, então estamos trabalhando com isso”.

O projeto leva o nome de Alma da Mata Turismo Rural e conta com presença nas redes sociais, onde os visitantes podem conhecer um pouco mais da rotina da propriedade.

(*) Com conteúdo da plataforma sul21.com.br, sobre as práticas no Rio Grande do Sul.

Tags: AgroecologiadestaquePaula Silvaprodução orgânicaRede de Agroecologia Povos da Mata
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