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Bichos empáticos, humanos apáticos

REDATOR by REDATOR
4 de março de 2021
in COLUNAS
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Home COLUNAS
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*Arlicélio Paiva

A biologia classifica os humanos e os macacos em uma Ordem conhecida como a dos Primatas. Eles compartilham várias características anatômicas e funcionais em comum que denotam a mesma ancestralidade. Humanos e macacos têm em comum também uma habilidade socioemocional chamada de “empatia” que, segundo o dicionário, é a “Habilidade de sentir as emoções de outras pessoas, buscando imaginar o que outra pessoa pode estar pensando ou sentindo”.

Parece que a “evolução humana” vem ocorrendo em velocidade estonteante, de modo que os seres humanos estão perdendo a habilidade de se colocar no lugar do seu semelhante, passando a ter a desinteressante capacidade de se tornar ainda mais apáticos, insensíveis e indiferentes ao sofrimento alheio.

O psiquiatra e psicanalista polonês Jules Homan Masserman, radicado nos Estados Unidos, desenvolveu vários estudos com animais, a fim de estabelecer conexão entre o comportamento animal e humano. Um dos experimentos desenvolvidos por Masserman e colaboradores ocorreu em 1964 na Northwestern University, Ilinois, no qual os pesquisadores testaram a empatia de macacos-rhesus em relação aos seus companheiros.

Nesse estudo, os macacos foram colocados em jaulas e recebiam comida toda vez que puxavam uma corrente. A partir do quarto dia do experimento, eles configuraram para que, toda vez que o macaco puxasse a corrente, o bicho da jaula ao lado recebesse um choque elétrico de alta frequência, que provocava dor. Foi constatado que 87% dos macacos se recusaram a puxar a corrente ao perceber o padecimento do companheiro. Um dos macacos ficou 12 dias sem se alimentar para evitar o sofrimento do outro primata. Esse macaco preferia, literalmente, morrer de fome a ter que prejudicar o outro animal.

A diferença de atitude entre os macacos no experimento de Masserman – passando fome para evitar que o outro bicho recebesse um choque elétrico – é oposta ao comportamento dos humanos na experiência de Milgram (leia aqui). Apenas para cumprir uma ordem superior, a maioria das pessoas que participou do estudo desenvolvido por Milgram, aplicou choque elétrico de grande intensidade em outro ser humano, que poderia ter causado dor, sofrimento e até mesmo morte, caso o experimento não fosse uma simulação.

Essa maneira de agir dos humanos serve para reflexão acerca desse comportamento despropositado. Enquanto os macacos apresentaram empatia, se colocando no lugar do outro e evitando o sofrimento alheio, os humanos agiram de forma apática, permanecendo indiferentes ao sofrimento do seu semelhante.

A expectativa era de que os humanos se comportassem com compaixão em vez de provocar tormento ao seu semelhante. O sentimento de pesar pela dor do outro e o esforço para fazer com que a pessoa perceba que ela é importante são essenciais para as relações humanas. Os indivíduos precisam ser sensíveis às necessidades um dos outros. Portanto, desenvolver empatia é crucial para se estabelecer relacionamentos civilizados.

Alguns estudos assinalam que a empatia está diminuindo entre as pessoas. As famílias, as escolas e a sociedade precisam ficar mais atentas para que essa habilidade não entre em declínio acentuando. Como se trata de uma habilidade, deve-se estimular as pessoas para aprimorar a capacidade de se colocar no lugar da outra. É necessário deixar de se comportar como ser humano, sendo apenas uma coisa viva que pertence à espécie Homo sapiens, e passar a ser um humano, ou seja, exibir qualidades de humanidade.

Há vários relatos de comportamento altruísta por parte dos macacos e também entre outros mamíferos. Quem cria animais de estimação já deve ter notado algum comportamento solidário desses bichos para com as pessoas. Parece que os animais, muitas vezes, são mais solícitos, estão mais dispostos a ajudar alguém num momento de dificuldade, em relação aos seres humanos. A preocupação é de que o ser humano “evolua” a tal ponto que deixe de ser, de existir, como espécie não apenas dotada de inteligência, mas, sobretudo de sentimentos que o caracteriza como humano – compreensão, gentileza, generosidade, misericórdia, piedade, compaixão, caridade…

A continuar agindo com demasiado apego aos interesses pessoais, afastando-se dos seus semelhantes e desprezando os sentimentos dos outros, não haverá alternativa a não ser concordar com o que disse o escritor norte-americano Mark Twain, crítico do racismo – “Quanto mais aprendo sobre as pessoas, mais gosto do meu cachorro”.

Arlicélio Paiva é professor doutor da UESC, Ilhéus, Bahia.*
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