– É sempre importante questionar a si mesmo, na hora das compras, na hora das refeições. Preciso mesmo deste produto? Qual a sua real utilidade? Ou, na hora de servir o prato: qual a quantidade de alimento que de fato necessito? E assim vale para o consumo de energia e de água. –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade, Por João Gonçalves
De acordo com a professora Daniela Diana, pesquisadora e produtora de conteúdos, licenciada em Letras pela Universidade Federal Fluminense, “a cultura de massa é o conjunto de ideias e de valores que se desenvolve tendo como ponto de partida a mesma mídia, notícia, música ou arte. Ela é transmitida sem considerar as especificidades locais ou regionais e é usada para promover o consumismo entre os indivíduos, sendo um comportamento típico do capitalismo, que foi expandido de maneira drástica a partir dos séculos XIX e XX”.
Para ela a cultura é um conceito amplo que representa o conjunto de tradições, crenças e costumes de determinado grupo social. Ela é repassada através da comunicação ou imitação às gerações seguintes.
Dessa forma, a cultura representa o patrimônio social de um grupo sendo a soma de padrões dos comportamentos humanos e que envolve: conhecimentos, experiências, atitudes, valores, crenças, religião, língua, hierarquia, relações espaciais, noção de tempo, conceitos de universo.
A cultura também pode ser definida como o comportamento por meio da aprendizagem social. Essa dinâmica faz dela uma poderosa ferramenta para a sobrevivência humana e tornou-se o foco central da antropologia desde os estudos do britânico Edward Tylor (1832-1917). Segundo ele: “A cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade“.
É neste limiar de conceitos que trago a reflexão provocada por Evelyn Nogueira, da Casa e Jardim, para discutir a cultura do consumo predominante em nossa era. Ela destaca que o atual modo de consumo promove desperdício de recursos financeiros e naturais, especialmente em razão da logística e ausência de oportunidades aos pequenos negócios.
No texto que segue, produzido para o portal ‘Um Só Planeta’, Daniela Diana repercute o projeto Jardim Secreto, dirigido por Cláudia Kievel, que visa a promoção do consumo consciente, a partir do auto qeustionamento.
JARDIM SECRETO
“Trabalhar de forma 100% sustentável é inviável para a maioria no país, devido à falta de acesso”, diz Claudia Kievel, à frente do projeto Jardim Secreto. A Rede Jardim Secreto foi criada em meados de 2013, por Claudia e Gladys Tchoport, visando trazer visibilidade a ações que possam fortalecer a economia local e dar espaço a pequenos e médios negócios que se preocupam com toda a cadeia de produção.
Consumir de forma mais consciente é uma necessidade atualmente. Para a professora e colunista de Casa e Jardim, Iza Valadão, o consumo consciente pode economizar dinheiro e os recursos do planeta, sendo benéfico para os dois lados – além de evitar um gasto desenfreado por compulsão e ansiedade.
Claudia ressalta que não são todas as pessoas que podem escolher comprar de empresas com um impacto ambiental menor, uma vez que produtos produzidos de forma mais artesanal e consciente são mais caros, mas é importante colocar luz nessas questões para caminhar em direção à mudança.
QUESTIONAR O CONSUMO
Uma das formas de praticar o consumo consciente é olhar para tudo que você já tem em casa e se perguntar o que realmente precisa comprar, antes de trazer novas roupas, utensílios, eletrodomésticos, móveis e outros itens. Esse tipo de filosofia é importante para avaliar nossas reais necessidades, conforme Iza.
O consumo consciente é benéfico para o meio ambiente, pois pode reduzir significativamente o uso de recursos naturais. Ao focar na economia local, a Rede Jardim Secreto prevê um futuro mais sustentável, mas ressalta que essa mudança precisa ser feita em conjunto.
É importante ter a percepção do que realmente é necessário, mas os indivíduos não conseguem fazer uma mudança estrutural por falta de poder de organização e logística. Esse movimento precisa acontecer ao lado de políticas públicas que tornem o movimento mais acessível.

Fontes: Portais ‘Um Só Planeta’ e ‘Toda Matéria’