– Logo pela manhã, atendendo convite do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes dos três poderes da república se reuniram no Palácio do Planalto. À tarde, no mesmo local, o presidente se encontrou com todos os 27 governadores da federação. Pautas: atos golpistas realizados por bolsonaristas no domingo, 8 e pacto pela defesa do Estado de Direito Democrático –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Como já publicado pelo site Cultura&Realidade, em reunião realizada na manhã desta segunda-feira, 9, os presidentes das esferas máximas dos três poderes da república (Poder Executivo, Poder Legislativo e Judiciário) firmaram pacto em defesa da democracia, inclusive com publicação de nota pública conjunta, onde afirmam o uso de todos os meios assegurados pela Constituição Federal, se necessário, para combater atos golpistas e defender o estado de direito democrático.
GOVERNADORES
À tarde, o alinhamento se deu durante encontro com todos os governadores da federação, inclusive aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Todos, absolutamente todos, fecharam compromisso em defesa da democracia e condenaram os atos golpistas. Todos se comprometeram em enviar reforços militares estaduais para a composição da Força de Segurança Nacional, para atuarem no Distrito Federal, enquanto perdurar a Intervenção Federal nas instâncias de segurança de Brasília.
Após reunião com governadores, que também contou com as presenças de ministros do Poder Executivo e mais uma vez os dirigentes dos três poderes da república, e vice-governadores das 27 unidades federativas do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em ato espontâneo, convidou a todos os participantes para uma visita de solidariedade ao Supremo Tribunal Federal (o mais afetado pelos ataques do último domingo, 8) atravessando a rua que separa o Palácio do Planalto e o STF a pé, em gesto de solidariedade à presidenta do órgão, Rosa Weber.
Os encontros ocorreram em resposta aos atos de vândalos, classificados pelo judiciário como terroristas, aliados de Bolsonaro, que destruíram estruturas operacionais do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto, no domingo, 8.
ATO HISTÓRICO
A caminhada liderada por Lula, com participação de todos os governadores em direção ao STF, está sendo considerado por cientistas políticos e jornalistas de diferentes correntes, como um dos atos mais importantes do atual contexto da história política do país, em ambientes de comunidades democráticas.
Mesmo que nada tivesse sido dito, o ato, por sí, foi uma demonstração de que as instituições democraticamente estabelecidas, não aceitam atos golpistas e simboliza uma resposta forte, de unidade na defesa dos princípios e diretrizes democráticas.
O ESTADO VAI INVESTIGAR, SEM TRÉGUA, PARA IDENTIFICAR OS FINANCIADORES DOS ATOS
No meio da praça, Lula falou com jornalistas. O presidente disse que o governo “não vai dar trégua” até descobrir quem financiou os atos terroristas. “Não vamos dar trégua até descobrir quem financiou tudo o que aconteceu neste país”, afirmou o presidente.
Ele também afirmou que as instituições vão investigar e vão chegar até os financiadores dos atos golpistas em Brasília.
Durante a reunião, cinco governadores representando cada uma das regiões do país discursaram em solidariedade aos chefes dos três poderes e reafirmaram o compromisso com a democracia.
Até apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), se colocaram à disposição para ajudar na pacificação do país.