– O estado que é o maior produtor do País, tem, na região de Irecê, 87% da sua produção, que tende a aumentar significativamente nas próximas safras, com impacto significativo na economia. O Senar-BA, iniciou ATeG em 450 unidades produtivas, atendendo em oito municípios do seu território –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
O Brasil é o segundo maior produtor de mamona do mundo e a Bahia o mais tradicional produtor do País, liderando com folga, o ranking entre os estados produtores da oleaginosa. E a região de Irecê reponde por 87% da produção baiana e tende a aumentar este indicador.
O Sinpri – Sindicato dos Produtores Rurais da Região de Irecê, está executando, por meio do Senar-BA, o maior plano de assistência técnica particular da história do Território de Irecê. São 450 unidades produtivas atendidas, envolvendo três supervisores de campo e quinze técnicos extensionistas, que levam até as famílias produtoras, o método ATeG – Assistência Técnica e Gerencial.
O programa assegura a assistência por 2 anos, com direito a cursos de formação, dias de campo, seminários e missões técnica, conforme a demanda dos produtores, aprovada pelos técnicos e contempla unidades produtivas dos municípios de Irecê, Lapão, Uibaí, Canarana, Cafarnaum, Ibititá, Ibipeba e Barro Alto.

“A missão dos nossos técnicos visa promover a gestão produtiva, reduzir custos operacionais e com insumos, implantação de novas tecnologias e com isso melhores resultados”, pontua o presidente do Sinpri, João Gonçalves.
Para o agrônomo Edson Fábio, supervisor técnico do Senar-BA, lotado no Sinpri, as expectativas são muito grandes com o incremento da metodologia ATeG nas propriedades. “Acredito que, com a assistência técnica adequada e as condições climáticas satisfatórias, sem dúvida iremos aumentar o escore produtivo das áreas, que até a última safra ainda era muito baixo com relação às possibilidades tecnológicas ofertadas”, disse.
Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima um aumento de 100% na produtividade de mamonas na safra 2022/2023. O número projeta um salto de 42,8 mil para 91,4 mil toneladas e a produção deve crescer 113,6%.
Produtores baianos aumentaram a área em hectares dedicada à lavoura de 47,6 mil para 50,8 mil, segundo a Companhia. Irecê detêm 87% da área cultivada com mamona e as lavouras apresentam ótimo vigor. As áreas irrigadas estão em tendência de forte expansão nas últimas quatro safras e, com a chegada da estação seca, o mapeamento da plantação aumentará a precisão desta estimativa.
Na Bahia, o prognóstico na produção de grãos é de 13,5 milhões de toneladas, o que representa um incremento de 12,1% em relação à safra anterior. As características da cultura com alta adaptação ao ambiente semiárido e pouca perda por pragas e doenças, criam condições para a longevidade da cultura da mamona, principalmente por produtores com baixa capacidade de investimentos.
Durante o mês de abril, as chuvas no Centro Norte da Bahia variaram entre 40 e 70 mm, finalizando a estação chuvosa e iniciando a estação seca, o que elevou o quadro de restrição hídrica e a severidade do bioma caatinga.
Os derivados da mamona vão além do biocombustível e envereda pela indústria de cosméticos, extração de óleo, além da produção dos superplásticos.

ORIGEM – Originária da África, Ásia, Europa e Índia, a planta foi introduzida no Brasil durante a colonização portuguesa. Suas folhas são brilhantes de tonalidade avermelhada que gradualmente atingem a cor verde clara. As flores são vermelhas e amarelo-esverdeadas. Já os frutos são formados em cápsulas com três sementes em cada. Chama-se atenção pelo fato de a semente ser tóxica, devido à proteína chamada ricina.
A planta é bastante ornamental. O uso principal, no entanto, se dá através do óleo, usado na medicina popular como purgativo, na indústria química e como matéria-prima para a produção de biodiesel. A mamona possui propriedades analgésica, anti-inflamatória e anti-histamínica.
Fontes: Conab, Sinpri, Senar-BA e a plataforma OiBahia