– Resultado da eleição suplementar de João Dourado, com sínteses das causas e da biografia do novo prefeito do município –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Confirmando o favoritismo previsto em todas as pesquisas, o agricultor de 38 anos, Di Cardoso, ganha as eleições suplementares de João Dourado, para escolhas de prefeito e vice-prefeito, realizadas neste domingo, 7, com uma frente de 1.588 votos, contra o seu adversário Juninho Dourado.
Debaixo de chuva, embalados pelo refrão “Acabou! Acabou! Acabou!”, seus apoiadores foram às ruas comemorar a vitória, confirmada pelo TSE por volta das 19h, em caminhada pelas principais ruas do centro da cidade.
Nas eleições de 15 de novembro de 2020, a chapa Di Cardoso/Rita de Dr. Celso obteve 7.635 votos, contra 6.950 declinados à chapa opositora, Juninho/Joanite de Rui, assegurando-lhe a vitória com uma diferença de 685 votos.
Mas “Rita de Dr. Celso”, que deixou a presidência da Câmara de Vereadores em setembro de 2020, para assumir a função de prefeita, por ocasião da morte do seu esposo, Dr. Celso Loula, então prefeito do Município, só poderia ser candidata a prefeita e não a qualquer outro cargo. Mas o grupo optou por Di Cardoso, ofertando à mesma a candidatura a vice, incorrendo em um erro que fere a legislação eleitoral, a qual determina que para concorrer a cargo diferente, o detentor de mandato eletivo deve se desincompatibilizar seis meses antes do pleito. O que não tinha como ocorrer.
A irregularidade foi motivo de procedimento judicial que suspendeu os diplomas da chapa vitoriosa em 2020, provocando as eleições suplementares, ocorridas no ultimo dia 7. Para este novo embate ocorreram mudanças de vice nos dois grupos. Di Cardoso recompôs sua chapa com Kel do Riacho e Juninho com o vereador João Rumão (PT), no lugar de “Joanite de Rui”.
VITÓRIA DA DETERMINAÇÃO E FOCO
A eleição de Di Cardoso é reflexo da postura de um líder que tem foco e sabe o que quer, que se articulou interna e externamente ao seu grupo político, não desistiu do seu objetivo quando sofreu um revés do PT, que o apoiou nas eleições normais, em novembro de 2020, mas institucionalmente suspendeu a aliança quando o vereador João Rumão não foi o escolhido do grupo para a presidência da Câmara, o que lhe daria a cadeira de prefeito interinamente. A missão foi dada à vereadora Rosângela Cardoso, sua fiel escudeira, que se manteve discreta, cumprindo o mandato de prefeita com excelente avaliação na sede e na maioria das comunidades rurais.
Com o racha do PT, a sigla seguiu na direção do oposicionista Juninho, com o grupo ligado ao vereador João Rumão, que se tornou o candidato a vice-prefeito, em lugar de “Joanite de Rui”. O grupo petista ligado ao vereador Negão de Dego (Eduardo Loula Dourado) não acompanhou o PT e se manteve na base de apoio a Di.
Com um grupo robusto e consistente, que compreendeu da necessidade de se manter coeso e com agenda ativa, Di Cardoso conseguiu ampliar seu arco de apoios nas bases, para as eleições suplementares, obtendo desempenho que superou em mais de 130%, com referência ao resultado anterior e deverá ser diplomado no próximo dia 19 e empossado no dia 22 seguinte, para cumprir o mandato de pouco mais de três anos.
Como muito bem definiu pelo nome da coligação e mote da campanha para a eleição suplementar, “Agora é com mais força”, e, pelo resultado, assim foi.
QUEM É DI CARDOSO?
Filho de Jurandir Cardoso Dourado e Gilcélia Costa Santos Cardoso Dourado, Di Cardoso nasceu em Irecê, aos 11 dias do mês de maio do ano 1982, mas residiu toda a sua vida em João Dourado, saindo apenas para cumprir sua carreira acadêmica. Neto do ex-prefeito João Cardoso, desde menino ele se revelou um focado no enfrentamento dos desafios. Apesar de sempre encarar as dificuldades com firmeza, sua adolescência foi marcada pela descontração e paixão pelo esporte, especialmente o futebol, sendo destaques nas disputas de Futsal dos Jogos Escolares.
Ainda jovem foi estudar em Aracajú-SE, onde conheceu a sua esposa Ana Carolina Dourado Moitinho. Em seguida mudou-se para Salvador, em razão da sua aprovação para o curso Análise de Sistemas pela Unifacs, que o graduou.
Na Capital baiana, Di Cardoso morou no bairro São Caetano, subúrbio da cidade, na casa de sua tia Geane, família humilde que o acolheu. Eram tempos difíceis para a sua família. AS dificuldades econômicas levaram Di a tomar uma decisão, tornando-se pequeno empreendedor, para ajudar nas despesas da sua manutenção pessoal. Por obter bom desempenho na universidade, ele se tornou monitor e adquiriu um carrinho de churros, que comercializava na porta da escola do bairro, nas horas livres dos estudos.
Com o empreendimento, a monitoria e os estudos, Di teve de desenvolver um planejamento com uma rotina dura de trabalho e atividades acadêmicas. Muitas vezes o almoço era mesmo churros, quando o tempo não era suficiente para a alimentação normal, compatível com o horário de pico na porta da escola, onde vendia seus produtos, os quais eram preparados na madrugada, antes de seguir para a agenda universitária. Superado este período, ele concluiu seu curso, sem nunca ter perdido uma aula sequer. Mas sua dedicação ao trabalho se revelava também nas férias, quando retornava a João Dourado e virava caixa do Mercado Supermine.
No final do curso, as atividades acadêmicas ficaram mais exigentes, então ele passou o trabalho do carrinho de churros para o seu tio, que estava desempregado, e se mudou para o bairro da Graça, onde foi acolhido pelos seus tios João Alberto e Aninha e arrumou um emprego em sua área de formação, na Universidade Jorge Amado.
Após conclusão do curso retorna a João Dourado, onde começou a trabalhar na Escola Presbiteriana de Canal – EPC, a convite da então professora Anadir Carneiro (Didi) como professor de Matemática. Além da EPC, ele atuou na Escola Idalina, conciliando sua carga horária como tutor da Unopar – Universidade Norte do Paraná/Irecê.
No ano de 2005, Di Cardoso se casa com Ana Carolina, filha do saudoso advogado Dr. Joselmar Dourado Moitinho e Almerinda Neide Dourado Moitinho. Frutos do casamento, Di tem três filhos: Nina, Davi e Benjamim.
O seu avô João Cardoso, renomado agricultor tradicional até os dias da sua morte, que foi prefeito por três mandatos, com forte influência em todos os processos eleitorais ocorridos no município, Di decidiu seguir as trilhas do avô, na agricultura e na política. Logo iniciou suas atividades como empreendedor rural, se tornando bem sucedido empresário do agronegócio local e agora é prefeito do município. (Fonte de parte das informações: autobiografia do candidato).
