Farmacêutica pernambucana disputa vaga em missão espacial para testar novos tratamentos contra o câncer.
Da Redação | Cultura&Realidade*
A farmacêutica pernambucana Isabel Fernandes, de 32 anos, pode se tornar a primeira pesquisadora do estado a participar de uma missão espacial voltada a experimentos com medicamentos contra o câncer. Natural de Itapetim, no Sertão, ela concorre a uma das vagas oferecidas pela Space Exploration and Research Agency (SERA), que seleciona cientistas de diversos países para realizar pesquisas em ambiente de microgravidade.
A proposta é levar ao espaço testes sobre o comportamento de fármacos usados no combate a tumores, observando como eles reagem fora da influência da gravidade terrestre.
Isabel, que é doutoranda em Biologia Aplicada à Saúde, já conduz estudos semelhantes em simuladores de microgravidade no laboratório e busca agora expandir as fronteiras da sua pesquisa para o espaço real.
Pesquisas realizadas em microgravidade vêm ganhando destaque por possibilitar novas descobertas na área da saúde. Sem o peso da gravidade, processos celulares e moleculares se comportam de forma diferente, o que pode revelar reações inéditas dos medicamentos e abrir caminho para tratamentos mais eficientes.
A pernambucana está entre os primeiros colocados na etapa nacional da seleção e depende de apoio popular e institucional para garantir sua vaga. Caso seja escolhida, ela pretende comparar os resultados obtidos em terra com os experimentos no espaço, analisando como o ambiente extremo pode influenciar o desempenho das substâncias.
Além da relevância científica, o feito tem valor simbólico. Isabel representa as mulheres nordestinas que enfrentam os desafios da falta de incentivo à pesquisa fora dos grandes centros.

Filha de um agricultor e de uma técnica de enfermagem, ela cresceu no Sertão com o sonho de transformar curiosidade em conhecimento. Sua trajetória inspira jovens pesquisadores que acreditam que a ciência também pode nascer longe dos laboratórios mais conhecidos.
Com resultados promissores e reconhecimento crescente, o projeto reforça a importância de investir em ciência e tecnologia em todas as regiões do país.
Fonte: Space Exploration and Research Agency, Diário de Pernambuco, UOL*