Em muitos casos, a falta de entendimento entre mãe e filho quanto às diferenças faz com que as relações sejam prejudicadas ou até mesmo deixem de existir.
Desentendimentos, discussões e, em alguns casos, brigas que provocam o rompimento da relação e que pode durar toda a vida. Por mais forte que seja o amor entre uma mãe e um filho, às vezes ele não é capaz de superar as diferenças que há entre os dois em vários quesitos, como a maneira de se vestir, o jeito de se relacionar ou a orientação sexual. Afinal, por que minha mãe não me aceita como sou?
De acordo com psicólogos, a falta de aceitação da mãe em relação ao comportamento do filho pode se dar por diversos motivos, dependendo de cada caso. No entanto, uma das principais causas apontadas é o choque de gerações.
É preciso lembrar que a mãe cresceu e foi educada dentro de outros valores e numa época distinta do filho, quando os comportamentos seguiam caminhos mais formais e conservadores. Desse modo, ela tende a esperar que o filho repita seu jeito de pensar e se comportar socialmente, como diz a psicóloga Patrícia Martins:
“É muito difícil aceitar que outras pessoas tenham escolhas tão distintas das nossas. Ainda mais quando se trata de alguém tão próximo e em quem se depositam tantas expectativas.”
Não deve haver espaço para culpa
Um dos principais problemas apontados pelos profissionais é o fato de muitas mães verem no filho um espelho da sua própria existência, esperando atitudes similares às suas e sentindo-se responsável por suas decisões. Isso é o que impede a aceitação da diversidade de pensamento ou comportamento, como explica a psicóloga Raquel de Sá:
“Muitas vezes, não entendemos e não aceitamos as escolhas de nossos filhos. Principalmente quando elas ferem os valores, que acreditamos como certos, ou que são contrárias ao que se ensinou e se desejou aos filhos. As escolhas são sempre deles e a mãe não pode mudá-las. Por isso, também (a mãe) não é responsável e nem pode se sentir culpada ou achar que a escolha se deu por alguma falha sua”.
As diferenças não podem afetar o amor
O amor tem que ser valorizado e a diferença respeitada. Essas são as principais sugestões dos psicólogos para superar as adversidades. Para eles, o diálogo é muito importante para o entendimento e para se aprender a conviver com as adversidades, tanto para a mãe, como para o filho.
Mas atenção, isso tem que partir também dos filhos, já que em muitas ocasiões eles também têm dificuldades para entender o ambiente cultural no qual cresceu a mãe. A psicóloga Tamires Passos Decido é uma das profissionais que aposta no diálogo:
“Penso que um diálogo aberto com a mãe é importante para que se possa entender o porquê da forma dela pensar e para que ela possa entender o mundo do filho. Tentar entender o outro é o primeiro passo para que qualquer situação se resolva.”
Entretanto, em alguns casos, mãe e filho precisam de ajuda para superar as barreiras chegar a um diálogo claro entre os dois. Nesses casos, o melhor caminho é buscar acompanhamento terapêutico, a fim de para encontrar o equilíbrio e impedir que as diferenças afetem e sufoquem o amor.