Pesquisas recentes sugerem associação entre uso frequente de tintas permanentes e maior incidência de câncer de mama.
Da Redação | Cultura&Realidade
A segurança das tinturas de cabelo voltou a ser discutida após estudos internacionais indicarem que o uso contínuo de produtos químicos presentes nesses cosméticos pode estar relacionado ao aumento do risco de câncer de mama. As análises mais citadas incluem o “Sister Study”, conduzido pelo Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental dos Estados Unidos, que acompanhou quase quarenta e sete mil mulheres ao longo de vários anos. Os resultados apontaram que participantes que utilizavam tintura permanente com alta frequência apresentaram risco até sessenta por cento maior de desenvolver a doença quando comparadas às que não utilizavam o produto. O aumento foi observado principalmente entre mulheres negras, enquanto os demais grupos apresentaram elevação mais moderada.
Os especialistas envolvidos destacam que a absorção de determinados compostos químicos através da pele do couro cabeludo pode ocorrer de maneira contínua, especialmente quando a aplicação é feita por longos períodos. Substâncias presentes em tintas permanentes e alisadores químicos, usadas de forma repetida, podem contribuir para essa exposição ampliada ao longo dos anos. Apesar disso, outros estudos conhecidos na literatura científica mostram resultados menos expressivos. Pesquisas conduzidas em populações diferentes indicam risco baixo ou inexistente, o que reforça que ainda não há consenso definitivo.
O Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos também ressalta que as evidências atuais sugerem associações e não conclusões categóricas. A recomendação permanece sendo a de avaliar hábitos, histórico familiar e frequência de uso, buscando orientação profissional para decisões mais seguras. A divergência entre os estudos demonstra a necessidade de análises mais amplas e detalhadas, capazes de identificar quais compostos representam risco real e quais condições de uso aumentam essa exposição.
Para especialistas, a informação deve servir como alerta, não como motivo para pânico. Usuárias frequentes podem observar alternativas com menor carga química, espaçar aplicações ou buscar opções mais seguras disponíveis no mercado. A orientação médica é sempre indicada para quem deseja entender o próprio nível de risco e adotar medidas de prevenção adequadas.
Fonte: NIEHS / NIH; National Cancer Institute; PubMed





