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Uma geração inspirada na visão de Humboldt sobre a natureza

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4 de agosto de 2022
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– “Ao longo de décadas após a expedição científica pelos trópicos, Humboldt revolucionou a ciência, publicando extensas páginas sobre assuntos como botânica, zoologia, geologia, geografia, climatologia, arqueologia, vulcanologia e história cultural…” –

DA REDAÇÃO I  Cultura&Realidade – Artigo, por Arlicélio Paiva*

Eu conheço o professor e ambientalista Rui Rocha há mais de 30 anos. Fomos colegas de faculdade na antiga Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia (atual UFRB), onde participávamos do movimento estudantil e de um grupo de discussão sobre agricultura alternativa. O termo “agroecologia”, muito usual atualmente, era desconhecido por nós no fim da década de 1980. Considerem que ainda não tínhamos acesso à internet naquela época!

Depois que concluímos o curso, cada um tomou um destino diferente, ele foi para o Imazon no Pará e eu fui cursar o mestrado na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Em 2002 nós voltamos a nos encontrar, dessa vez em Ilhéus, ele como coordenador do IESB, onde participava juntamente com outros colegas do Projeto Floresta Viva que, mais tarde, foi convertido para o Instituto Floresta Viva, e eu como professor da UESC, ambos trabalhando com conservação de recursos naturais.

Desde então, estreitamos nossa relação de amizade, inclusive a familiar. Meu convívio com Rui sempre foi cordial e de admiração. Pelo fato de ele se tornar professor da UESC a partir de 2004, passamos a nos encontrar com mais frequência e, como consequência, trocar ideias, mesmo que rapidamente.

Em um desses encontros, Rui me perguntou se eu sabia quem era Humboldt e eu prontamente respondi – claro, aquele que descobriu a corrente fria do pacífico sul, conhecida como Corrente Humboldt! Esse era todo o meu conhecimento sobre Humboldt – o homem que “inventou a natureza”. Rui, então me apresentou o livro “A Invenção da Natureza – a vida e as descobertas de Alexander von Humboldt” de autoria da jornalista e escritora Andrea Wulf. Ao ler a crítica na contracapa do livro, eu recusei o empréstimo proposto Rui e disse a ele que iria comprar, como de fato, o fiz!

UNIVERSIDADE EM SEU NOME, COM UMA ESTÁTUA DESTE PORTE, NÃO É PARA QUALQUER UM – A estátua de Alexander von Humboldt marca presença na Universidade Humboldt, uma das mais antigas instituições de ensino de Berlim. – Foto: Reprodução

Friedrich Wilhelm Heinrich Alexander von Humboldt nasceu em Berlim, na Alemanha em 14 de setembro de 1769. Desde criança, tinha o hábito de colecionar plantas, insetos, pedras e conchas. Por certo, esse costume serviu como incentivo para que ele se tornasse o cientista mais conhecido e reverenciado da sua época.

Depois de algumas malsucedidas tentativas de cursar a universidade, Humboldt começou a se dedicar à sua verdadeira paixão – a botânica. Por essa razão, passou a fazer levantamento florístico no entorno de Berlim e, pouco tempo depois, já havia feito a identificação de todas as espécies na região.

Ao visitar Londres, aos 21 anos de idade, Humboldt ficou impressionado com a quantidade de navios que navegavam no rio Tâmisa com cargas trazidas de várias partes do mundo. Nessa oportunidade, ele teve contato com exploradores, botânicos, pensadores e artistas e ficou empolgado com a ideia de participar de expedições científicas.

Humboldt trabalhou no Departamento de Mineração do governo da Prússia (atual Alemanha) e aos 28 anos de idade renunciou ao cargo para se dedicar aos estudos de geodésia, geomagnética e meteorologia, visando sua participação em expedições para os trópicos. Com o passar dos anos, ele acumulou mais conhecimentos ainda sobre uma gama de assuntos – botânica, zoologia, mineralogia, geologia, arqueologia, economia e astronomia, dentre outros. Em função do seu pensamento expansivo, ele teve a capacidade de entender a natureza de maneira integral.

Depois de várias tentativas frustradas, em 1799, Humboldt obteve autorização do governo espanhol para participar de expedições que exploravam as colônias espanholas na América Central e do Sul que, até então, eram permitidas apenas aos funcionários da coroa e missionários católicos. Com a venda de uma propriedade herdada da sua mãe, ele financiou a sua participação na expedição com recursos próprios.

Entre 1799 e 1804, Humboldt fez uma viagem pela América Latina juntamente com o botânico francês Aimé Bonpland, percorrendo quase 10 mil quilômetros, coletando dados, amostras de plantas, de animais e de rochas e fazendo medições e observações. No seu retorno para a Europa, ao final da expedição, Humboldt foi recebido com euforia pelos seus feitos notáveis, como o compartilhamento do conhecimento adquirido e por ter sobrevivido a uma viagem extenuante; afinal, havia escalado a montanha mais alta que o mundo conhecia na época – o monte do vulcão Chimborazo no Equador – com mais de 6 mil metros de altitude.

Ao longo de décadas após a expedição científica pelos trópicos, Humboldt revolucionou a ciência, publicando extensas páginas sobre assuntos como botânica, zoologia, geologia, geografia, climatologia, arqueologia, vulcanologia e história cultural. O seu trabalho sobre a distribuição geográfica de espécies vegetais serviu como base para o campo da biogeografia; as medições geofísicas efetuadas ao longo do tempo formaram a base para o desenvolvimento do geomagnetismo e da meteorologia; ele foi um dos pioneiros ao falar que as costas das Américas e da África se assemelhavam e que pudessem estar unidas em tempos pretéritos; com base nas suas observações, ele foi o primeiro a propor a existência de mudanças climáticas globais, destacando a responsabilidade das atividades humanas e afirmando que as florestas tinham papel importante para controlar a erosão e atenuar o clima; a observação do deslocamento do Planeta Mercúrio o ajudou a localizar o equador magnético e as coordenadas geográficas precisas das Américas; construiu um mapa detalhado desde o México até o Canadá e compartilhou esse mapa com o então presidente americano Thomas Jefferson, contribuindo decisivamente para a geopolítica americana. Alexander Von Humboldt publicou tantas informações científicas e culturais sobre as Américas que o consideraram como a pessoa que colocou esse continente no mapa científico mundial.

Na sua obra mais importante – Cosmos – Humboldt inovou na forma de escrever e aplicou a sua visão holística a respeito do universo, descrevendo e unificando os diversos campos da ciência e da cultura, mudando a forma comum como a natureza era percebida na época e passando a adotar uma visão sistêmica, na qual o homem passava a ser um componente importante que deveria contribuir e cooperar com o meio natural. Ele revolucionou a forma como era visto o mundo natural e, por essa razão, foi considerado como o “Pai da Ecologia”.

A obra de Alexander Von Humboldt influenciou grandes naturalistas, pensadores, escritores e poetas da sua época, como Charles Darwin que, ao ler o livro “Narrativa Pessoal” foi encorajado a embarcar no Beagle; o poeta Johann Wolfgang von Goethe foi fortemente inspirado pela versatilidade de Humboldt e, ao conviver determinado período com ele, afirmou que era semelhante a “ter vivido vários anos”; o naturalista norte-americano Henry David Thoreau teve ajuda da obra de Humboldt para moldar o seu pensamento ambiental; e, ao escalar o monte do vulcão Vesúvio juntamente com Humboldt, na Itália, Simón Bolívar se inspirou nas preocupações humanitárias e políticas do naturalista para marchar rumo à libertação da América do Sul.

Atualmente, o nome de Alexander Von Humboldt é empregado para designar cidades, rios, baías, montanhas, cabos, geleiras, gêiser, relevo lunar, parques, pinguim, espécies vegetais, corrente oceânica, dentre outros, como reverência ao maior e mais importante cientista da sua época.

A nossa geração também se beneficiou dos ensinamentos de Humboldt, empregando a sua visão sistêmica da natureza para traçar os ideais de vida, as carreiras profissionais e as lutas em defesa da preservação do meio ambiente, mesmo que não soubéssemos disso. Ressalto aqui a inspiração que o amigo Rui Rocha teve nas descobertas de Alexander von Humboldt para abalizar a sua ação prática no dia a dia. Rui é consciente da importância do homem para o meio no qual ele vive, é um incentivador para que as pessoas contribuam com a melhoria do meio natural e é combativo contra aqueles que agridem o meio ambiente. Nesse sentido, Rui tem se dedicado há muito tempo para a criação de unidades de conservação ambientais na região Sul da Bahia e suas proposições e seus exemplos práticos visam sempre a sustentabilidade ambiental. Ele defende e tem demonstrado que o desenvolvimento econômico e social, deve ser aliado à conservação dos recursos naturais, com a promoção e a inserção da população local em diversas atividades que geram ganhos econômicos. Não é sustentável, portanto, utilizar os recursos naturais com o foco apenas no econômico, visando lucros cada vez maiores; os resultados serão a degradação ambiental e desajustes sociais. Por essa razão, o humboldtiano Rui Rocha teve a sua dedicação reconhecida ao receber várias premiações de instituições que entendem e valorizam as atividades rentáveis economicamente, aliançadas com a preservação ambiental e com a inclusão social.

Para finalizar, todo o meu conhecimento sobre Humboldt, de que ele havia descoberto as correntes frias do litoral pacífico da América do Sul, foi desmitificado pelo próprio Humboldt, ao afirmar que os nativos da região foram os responsáveis pela descoberta das correntes frias e que ele, Humboldt, fez apenas o registro dessa descoberta. Atualmente, a Corrente Fria de Humboldt é chamada de Corrente Fria do Peru. Como se percebe, eu achava que conhecia Humboldt!

*Arlicélio Paiva é Engenheiro Agrônomo (UFBA), Doutor em Solos (UFV) e Professor do Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais da UESC, Ilhéus, Bahia. Insta: @arliceliopaiva

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