Pesquisas em universidades norte-americanas indicam resultados promissores em testes com animais e abrem caminho para uma nova era na prevenção ao câncer
Da Redação | Cultura & Realidade
Pesquisadores norte-americanos anunciaram um avanço que pode transformar a forma como a medicina encara o câncer. Trata-se de uma “supervacina” desenvolvida em laboratório, capaz de impedir o surgimento de tumores em testes realizados com camundongos. A descoberta foi divulgada recentemente por cientistas da Universidade de Massachusetts Amherst e reacendeu o debate sobre a possibilidade de prevenir o câncer antes mesmo que ele apareça.
De acordo com o estudo, a imunização utiliza nanopartículas que estimulam o sistema imunológico a reconhecer e eliminar células potencialmente cancerígenas. Em testes com roedores, o resultado foi surpreendente: cerca de 88% dos animais vacinados permaneceram livres de tumores ao longo do período de observação, enquanto todos os que não receberam a dose desenvolveram câncer em poucas semanas.
Além da prevenção, a vacina também demonstrou efeito protetor contra a metástase pulmonar, uma das formas mais agressivas de disseminação da doença. Nenhum dos camundongos imunizados apresentou tumores nos pulmões, enquanto os não vacinados tiveram metástases em estágio avançado.
Paralelamente, uma equipe da Universidade da Flórida trabalha em outro modelo promissor: uma vacina de RNA mensageiro (mRNA) com ação considerada “universal”, capaz de agir contra diferentes tipos de câncer. A tecnologia, semelhante à utilizada nas vacinas contra a Covid-19, busca treinar o organismo para identificar e atacar células tumorais ainda em fases iniciais.
Nos experimentos, o imunizante de mRNA foi testado isoladamente e também em combinação com medicamentos já usados na oncologia. Em ambos os casos, houve regressão significativa de tumores e aumento expressivo da resposta imune.
Embora os resultados sejam animadores, os pesquisadores reforçam que as vacinas ainda estão em fase pré-clínica e não foram testadas em humanos. O próximo passo é garantir a segurança das fórmulas e verificar se os efeitos observados em animais podem se repetir em pessoas.
Se confirmadas em estudos futuros, essas descobertas podem representar um marco histórico na luta contra o câncer, oferecendo, pela primeira vez, uma forma de prevenir a doença antes que ela se manifeste.
Fontes: O Globo, Metrópoles, Política Alagoana