
– A atividade agroecológica vem crescendo significativamente e a região de Irecê já é importante referência para outras regiões do Estado. Saiba os avanços ocorridos na produção de demanda de mercado –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
No mês (junho) em que se comemora ações que promovam a otimização dos recursos ambientais, o grupo Raízes do Sertão, coletivo que produz e comercializa alimentos orgânicos, deu mais um importante passo para o futuro da produção agroecológica no Território de Irecê. No dia 8, à tarde, a Feira de Produtos Orgânicos de Irecê foi o cenário para a certificação de 189 novas famílias que atuam em unidade de produção orgânica.
De acordo com Evanei Martins, uma das articuladoras do movimento, as atividades de produção e da feira orgânica certificada teve início em 2016, a partir de quando se estabeleceram ações mais eficazes e produtivas.
Ela disse que no começo eram 23 pessoas, de apenas três municípios, que já vinham de uma histórica militância, estimuladas desde os tempos de ações do Garra – Grupo de Apoio e Resistência Rural e Ambiental, no início dos anos 90 (período das primeiras feiras alternativas, não certificadas) e do Ipêterras – Instituto de Permacultura em Terras Secas, ainda em atividades. Hoje as famílias envolvidas com a produção orgânica já estão presentes em 15 dos 20 municípios do Território de Irecê. Ainda sem unidades produtivas orgânicas certificadas, estão os municípios de América Dourada, Cafarnaum, Mulungu do Morro, Xique-Xique e Itaguaçu da Bahia.
A produtora informou que atualmente já são 189 unidades produtivas certificadas, alcançando mais de 500 pessoas que trabalham diretamente na produção orgânica. As unidades produtivas estão acolhidas, par fins de controle da certificação, em 19 grupos, sendo 18 localizados em municípios do Território de Irecê e um em Morro do Chapéu.
Evanei, que tem sua unidade produtiva no município de Canarana, disse ainda que Território de Irecê tem se tornado uma referência para outras regiões da Bahia. “Atualmente vendemos nas feiras de orgânicos de Irecê, às quartas-feiras (na Pça do São João) e sábados, no pátio da Copirecê. Recentemente estabelecemos um ponto de comercialização, onde recebemos a produção dos associados e despachamos em caminhões para Salvador, Feira de Santana e Sul do Estado.
O grupo Raízes do Sertão, que atua em regime de cooperação, já está recebendo demandas para fechar lotes e vender os produtos das famílias associadas para outros estados.
AGROINDÚSTRIA
Outra conquista importante para os produtores orgânicos tem sido a instalação de agroindústrias como elo da produção orgânica. Dentre elas, Mimos do Sertão (casa de farinha em Ipupiara), Sítio Arcanjo (fracionadora de produtos, em Morro do Chapéu), Copirecê (na produção de derivados de milho não transgênico), Entreposto Raízes do Sertã (Entreposto de distribuição), Agrocoop (unidade de fracionamento em Barro Alto) e Orgânicos do Quintal, em Lagoa Funda/Barro Alto, que processa geleias, doces, temperos, ervas medicinais e farinhas sem glúten de cenoura, beterraba e mandioca, banana desidratada, etc. “Com estas unidades de processamento, estamos erradicando as perdas. O que não vende para consumo in natura, processamos”, disse.
CERTIFICAÇÃO
Evanei disse ainda que o processo de certificação é seguro, transparente e participativo. “Todos os pretensos certificados passam por uma rigorosa rotina de participação nas agendas preparatórias e intercâmbios técnicos, através dos quais eles participam de visitas formativas, recebem visitas dos técnicos, internas e externas e tudo se dá em parceria com a organização social Povos da Mata, credenciada para gerenciar os processos de certificação, seguindo todos os procedimentos estabelecidos pela política oficial de certificação”, concluiu.
NA GALERIA ABAIXO, REGISTROS PARCIAIS DO ATO DE CERTIFICAÇÃO OCORRIDO DIA 8 DE JUNHO, NA FEIRA DE ORGÂNICO DE IRECÊ






