– “Estou pessimista, mas espero encontrar alguma luz no fim do túnel. Não quero jogar tudo pra cima e ver no que vai dar, como acredita a pós modernidade.” –
CULTURA&REALIDADE – OPINIÃO I Por Juliano Ferreira*
Todo cenário que se analisa é estarrecedor, apocalíptico. Mas não quero nem posso me desesperar nesta minha utopia de luta coletiva em contraponto a interesses meramente individualistas.
No cenário político a derrocada se apresenta iminente e a pandemia veio como um prato cheio, sem licitação, as contas públicas ficam à revelia de interesses escusos, aumentam tributos em plena crise sanitária, gasolina nas alturas, inflação em todos os setores da economia, trabalhadores despejados na informalidade, em subempregos, desmonte da nossa ciência e tecnologia, instituições da educação como Capes, Inep em crise profunda, Ministério da Educação nas mãos de um pastor evangélico, a mídia em todos os níveis, subalternizada ao poder absoluto do capital, a paralisia da crítica chegou com tudo.
Uma sociedade sem oposição é o sintoma deste excremento chamado pós modernidade, era de abandono das lutas de classes, de exaltação do que esta mesma pós modernidade chama de movimentos identitários.
A sigla que representa a diversidade, por exemplo, não para de crescer e eu não sei onde se pretende parar, já está em LGBTQIA+, de modo que as batalhas das lutas identitárias sufocou a luta da classe trabalhadora, avançando o neoliberalismo agressivo, personificado no Consenso de Washington, com instituições multilaterais globalistas como OMC, FMI, Banco Mundial, impondo um modelo que coloca países como os da América Latina e África de joelhos.
Orçamento Secreto na agenda do parlamento e sendo votado e aprovado, inclusive com voto de deputado petista. Quando foi que perdemos o senso de luta coletiva, de construção de um projeto político de nação? Quando foi que os acordos, as negociatas, o capital financeiro e a mão onipotente do mercado nos adestraram de modo que ficássemos sem reação ou impotentes?
Eu realmente não quero perder a fé na humanidade, mas estou perplexo diante do cenário, além da pandemia enquanto problema sanitário que continua a assolar o mundo, em que a vida real transcende a ficção, vejo lama por todos os lados.
O sistema faliu, bugou, a humanidade deu erro e o que esperar?
Estou pessimista, mas espero encontrar alguma luz no fim do túnel. Não quero jogar tudo pra cima e ver no que vai dar, como acredita a pós modernidade.
Me perdoe se tá tudo truncado e o texto carece de alguma demanda normativa, mas eu precisava externar minhas impressões. Eu estava sedento em me expressar. Sigo, pessimista, mas com alguma fé de que possamos melhorar algum dia.