A descoberta reforça a necessidade da higiene bucal e alerta para o fato de que a boca é a porta de entrada de muitas doenças
DA REDAÇÃO | Cultura &Realidade
Um estudo realizado no Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA) por profissionais da saúde, identificou a presença de coronavírus no biofilme dental, placa bacteriana composta não só de bactérias, mas também de fungos, vírus e restos de alimentos.
A pesquisa foi conduzida pela professora Sabrina Carvalho Gomes, e o seu resultado, segundo a pesquisadora, traz novas perspectivas para o entendimento das várias portas de entrada do vírus no corpo humano. “Ainda é necessário avançar nos estudos, mas, de imediato, há um alerta de que cuidados bucais possam ser necessários para a contenção do contágio”, explica a pesquisadora.
A pesquisa coletou e analisou dados de 70 pacientes que foram infectados com a Covid-19. Em 20% desses casos foi detectado o coronavírus também no biofilme dental.
“Ainda não sabemos se o vírus sobrevive nesse microbioma, se pode de deslocar para o sistema respiratório ou alcançar a corrente sanguínea através das células da gengiva. Temos, agora, a responsabilidade de buscar mais respostas. Tudo o que puder ser feito pela ciência, com o objetivo de evitar possíveis mecanismos que levem a uma reinfecção, é importante”, complementa a professora Sabrina
No estudo ainda não é possível afirmar se o vírus sobrevive no biofilme e se ele pode se deslocar pelo sistema respiratório ou corrente sanguínea. Apesar da pesquisa não avaliar a possibilidade de reinfecção e as consequências da presença do vírus no biofilme, o dentista ressalta que existe essa possibilidade. “Estudos já comprovam a reinfecção da covid-19. Até mesmo pessoas que estão vacinadas podem transmitir o vírus para outras não imunizadas. Então, se o vírus está presente no biofilme do paciente, ele poderá ser transmitido”, destacou o dentista João Piscininio, especialista em Saúde Coletiva na Neodent.
Com informações: Istoé e Jornal Comércio