
Proibida a sua comercialização no Brasil pela a Anvisa, o cigarro eletrônico é o novo causador de uma doença que afeta diretamente aos pulmões e preocupa as autoridades brasileiras.
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade, Por William Guerra
Uma prática cada vez mais comum entre os jovens, o uso do cigarro eletrônico está associado ao surgimento de uma nova doença pulmonar, a EVALI, sigla em inglês para identificar a lesão pulmonar resultante do uso de cigarro eletrônico, em tradução livre. Descrita em 2019 por professores da Universidade de Medicina do Texas, a doença motivada pelo vape (Vêipe – cigarro eletrônico) acumulou desde agosto de 2019 a fevereiro de 2020, 2.807 casos de hospitalizados ou mortes nos Estados Unidos (EUA).
Sessenta e oito mortes foram confirmadas em 29 estados e no Distrito de Columbia nos EUA (em 18 de fevereiro de 2020).
De acordo com dados obtidos pelo Intercept, por meio da Lei de Acesso à Informação, embora, em uma escala menor, mas não menos preocupante, até agosto de 2020 a Anvisa havia notificado sete casos de EVALI no Brasil.
Os casos notificados no Brasil são de pessoas com idade entre 21 a 41 anos, nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Três pessoas tiveram que ser internadas e duas receberam alta com sequelas. De acordo com um formulário criado pela Anvisa, para médicos registrarem o atendimento e a evolução clínica dos paciente com casos de EVALI, os dados reais não são divulgados por questões de sigilo, uma vez que a doença está sendo estudada e, portanto, todas as informações registradas são usadas exclusivamente para análise científica e sanitárias, que ajudam a elaborar medidas de prevenção e assim se possa evitar uma infestação da doença, ampliando a crise de saúde pública, já afetada pela Pandemia da Covid-19.
Mesmo proibidas no Brasil a sua importação, comercialização e propaganda, pela Resolução 46/2009 da Agência Nacional de Vigilância sanitária (Anvisa) o cigarro eletrônico é uma realidade comum nos bares, rodas de amigos e ruas brasileiras.
Doença e sintomas
Segundo estudo da Universidade do Texas, “embora a fisiopatologia exata da lesão pulmonar induzida pelo acetato de vitamina E seja desconhecido, este produto pode levar ao acúmulo de gordura no pulmão e/ou interferir no funcionamento do surfactante (substância que mantém o alvéolo pulmonar aberto; líquido que reduz a tensão superficial dentro do alvéolo pulmonar, prevenindo o colapso durante a expiração). Os sintomas são vagos, mas consistem em uma junção de fatores gerais, muitos deles pulmonares, e ainda gastrointestinais.”
De acordo com avaliação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA , CDC, o uso do vape contendo tetrahidrocanabinol, o THC, substância psicoativa encontrada nas plantas do gênero cannabis, e o acetato de vitamina E, utilizado para diluir o THC, estão ligados à maioria dos casos registrados nos Estados Unidos . Ainda assim, o centro afirma que as evidências não são suficientes para descartar a contribuição de outros produtos químicos presentes nos e-cigarettes para o desenvolvimento das lesões.
Dentre os sintomas mais comuns estão dor torácica, falta de ar e tosse. Podendo ainda acarretar dor no abdômen, náuseas, vômitos e diarreia. Sintomas vagos como febre e calafrios podem estar presentes. A doença vem afetando em especial adolescentes e adultos jovens sem comorbidade, principal público consumidor do produto.
ERRATA: Esta matéria foi editada a fim de acrescentar o penúltimo parágrafo.
Onde eu posso encontrar os dados que foram utilizados nessa matéria? gostaria que nos próximos posts vocês colocassem as fontes. Obrigada.
Parabéns pelo título apelativo, cada vez mais interessados apenas no acesso e não na informação !