Saber como lidar diante da descoberta da homossexualidade dos filhos é um dos grandes dilemas vividos por muitos pais. Não são poucas as ocasiões nas que faltam entendimento e compreensão.
Má relação de amor, suporte e respeito às diferenças. Essa é a opinião de psicólogos quanto o tema tratado é sobre como deve ser a convivência entre pais e filhos homossexuais. No entanto, nem sempre isso ocorre.
Frustrados e contrariados com a orientação sexual dos filhos, muitos pais alimentam sentimentos de rancor e vergonha, o que faz com que a relação se torne desrespeitosa e distante, às vezes até o ponto de deixar de existir. Mas, por que muitos pais não entendem ou aceitam?
De acordo com psicólogos, não se trata de uma questão assim tão simples. Isso porque se fala de gerações diferentes e que se constituíram com valores e credos distintos. Como explica o psicólogo Carlos César Petruy, é necessário tentar entender o meio onde se vive:
“Todo o sofrimento e angústia podem estar relacionados com valores construídos culturalmente e que informam que as pessoas têm que seguir apenas padrões de comportamento já estipulados. Caso desvie desse padrão, a situação foge ao controle, pois não se sabe como lidar com a situação apresentada, fica-se perdido e sem saber o que fazer.”
Ou seja, a reação adversa de muitos pais não é, necessariamente, sinônimo de preconceito, mas, sim, por não saber lidar diante de uma situação nova e inesperada. Muitas posturas seriam resultantes de não conseguir compreender um fato que foge da “normalidade” na qual eles foram criados.
Respeitar as diferenças: tanto de pais, como de filhos
É comum que, ao se assumir homossexual, muitos filhos culpem os pais por não entenderem a situação, nem respeitarem as diferenças. Isso provoca brigas, falta de diálogos e até rompimentos. No entanto, psicólogos dizem que, do mesmo modo que os pais necessitam fazer sua parte, os filhos também precisam ceder e tentar entender a situação vivida pelo outro lado.
Em relação aos pais, o psicólogo João Suzart explica que a melhor forma de lidar é com a maior naturalidade possível:
“Se acolhe for homossexual, bissexual ou heterossexual, porque todas são expressões naturais e saudáveis da sexualidade humana e, como diversos outros aspectos, constituem nossa identidade. Se o filho encontrar em casa uma família que o acolha, o aceite em plenitude e reforce positivamente as descobertas desse período, ele será bem mais forte para enfrentar os problemas em sociedade, pois a família terá criado um lastro protetor muito bom. Acolha, aceite e dê força sempre.”
E quando pais e filhos não conseguem se entender?
Para a ampla maioria dos psicólogos, a homossexualidade não é uma questão de escolha. Segundo eles, deve ser vista como algo que já faz parte da pessoa e não um desvio, assim como ninguém escolhe ser heterossexual. No entanto, por mais que se tente, nem sempre pais e filhos conseguem lidar com certas barreiras que a homossexualidade pode causar. O que fazer, então?
Um dos melhores caminhos é buscar o acompanhamento de psicólogos, seja para atendimentos individuais, como também em família. Conversar, expor os sofrimentos e trabalhar para superar as barreiras podem ser as melhores atitudes para manter e fortalecer um amor que vem de berço.
