– Temperatura elevada na Câmara de Vereadores de Central, na tarde desta quinta-feira, 13. Os vereadores cassaram o mandato do prefeito “Renato do Boi” (PSB) e dão posse ao vice, José Wilker Maciel (DC), que assume a titularidade do Poder Executivo –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Apesar da pressão, com o auditório da Câmara tomado por populares aliados do prefeito, que tentaram pressionar os vereadores a desistirem, o mandato do chefe do Poder Executivo, Renato Pereira Santana, foi cassado por nove votos a um, depois de uma Comissão Processante, instalada há 90 dias, ter investigado as contas da Prefeitura e verificar, segundo a comissão, irregularidade nos repasses previdenciários ao INSS, o que estaria prejudicando os servidores e causando prejuízos ao município em mais de R$ 400 mil. Um vereador se absteve.
De acordo com Suesdras, o prefeito se defendeu, mas nunca enviou uma justificativa oficial para a Casa. “Inclusive, a Câmara tinha oficiado ele antes da comissão processante. Oficiamos reiterando, e nada foi explicado do porque ele não estava pagando. Daí, um cidadão fez a denúncia, a Câmara foi apurar e constatou a ilegalidade e a infração político administrativa”, disse.
Ao Bahia Notícias, o prefeito cassado disse estar com a consciência tranquila e garantiu que recorrerá da decisão na justiça. “A Câmara formou sua maioria e eu só fiz dois vereadores. Eles se adiantaram e criaram um documento impedido que o meu filho, que é vereador, participasse da votação”, relatou.
Renato do Boi agradeceu à população, que foi à Câmara para tentar impedir a decisão, e disse que se trata de perseguição política. “Me cassaram sem cometer nenhum crime, por não concordarem com o resultado das eleições. A gente combatia corrupção. Falei que Central não podia mais ter corrupção. A prática que vinha se utilizando era uma corrupção desenfreada onde se beneficiavam os ex-gestores e a Câmara, e o povo ficava na miséria. Eu cheguei quebrando esse sistema e eles não aceitaram”, ponderou.
Sobre as acusações em relação aos repasses, o gestor se defendeu. “Eu estava pagando 100% do segurado, e parte (de 70 a 80%) do patronal. Não pagava o 100% devido aos débitos exorbitantes que as gestões anteriores deixaram. O município não tinha condição de pagar o 100% do patronal. Eles se queixaram disso, fiz um acordo com o INSS, paguei, fiz o parcelamento, paguei a primeira parcela, está tudo quitado. Pendência não tem nenhuma. O município está sem pendência quanto a denúncia que eles fizeram”, finalizou.