
– O Cultura&Realidade preparou uma matéria especial para refletir o tema que domina os ambientes das academias e atividades esportivas. Veja a opinião de um profissional em Educação Física e de uma nutricionista sobre o assunto –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Tem sido cada vez mais comum, notícias a respeito de incidentes envolvendo atletas de alto impacto e praticantes de atividades físicas, que apenas buscam um melhor desempenho do seu cotidiano e um novo estilo de vida, mas buscam em bebidas isotônicas, aquele UP para os seus respectivos desempenhos. Em alguns casos, com mortes e atendimentos de emergências nas unidades de saúde.
O caso que mais repercutiu na última semana, envolveu o ator e empresário Rafael Zulu, que foi internado por quatro dias devido a fibrilação atrial causada pelo consumo excessivo de energéticos.
Chamou a atenção também, o caso de Franceneide Pereira Soares, de 43 anos, que teve um mal súbito, vindo a óbito durante exercícios em uma academia, na cidade de Santo Estêvão (BA) e o jovem de 27 anos, Vender Júnior Camilo Mesquita, que morreu em Lavras (MG) quando parou para amarrar um cadarço. Embora não se saiba as verdadeiras causas destas mortes, os meios desportivos as refletiram, ligando-as a possíveis consumos de energéticos.
De acordo com a opinião dos profissionais ouvidos pelo Cultura&Realidade, para a reposição de sais minerais por meio do consumo de energéticos regularmente, os usuários devem dispor de orientação de especialistas habilitados, vez que o uso prolongado pode resultar em graves dilemas de saúde, como aceleração da frequência cardíaca, aumento da pressão arterial, taquicardia (palpitações), desmaios (síncopes) e morte súbita, dentre outros problemas de saúde.
NA ESCUTA DE QUEM ENTENDE
Diante das polêmicas ocorridas com estes três casos, nos grupos de interação social, em plataformas eletrônicas, o Cultura&Realidade buscou investigar os prós e contras no uso de energéticos, especialmente os isotônicos, na reposição de sais minerais.
Convidado a falar sobre o assunto, João André Graciliano, formado em Educação Física pela Faculdade Unime – Salvador, esclarece que “na prática de atividades físicas de no máximo uma hora, a hidratação não exige qualquer tipo de reposição industrial, deve ser feita somente com água”.
Já no caso de treinamentos mais intensos, ele sugere alimentação adequada e ingestão de água, podendo, também, a utilização de bebidas preparadas para reposição dos sais minerais. Mas, porém, ressalta: “O consumo das bebidas isotônicas, deve ocorrer a partir de orientações de especialistas, nutricionistas e/ou médicos, para que se possa ter uma prática esportiva de qualidade e segura”, pontua João André.
De acordo com ele, “o uso em descompasso com as reais necessidades do indivíduo pode resultar em graves danos à saúde, acentuando doenças renais, diabetes e hipertensão, por exemplo, o que pode levar a mal súbito”.
Em sua conclusão, ele orienta que “em vez do uso de energéticos, a melhor forma de obter bons resultados atlético do corpo, é uma boa alimentação, avaliação médica e dormir bem”.

A nutricionista Naiara Santana, formada pela UNIFAN/Centro Universitário Nobre, de Feira de Santana, também falou para o Cultura&Realidade. Ela destaca que o consumo do energético, enquanto bebida gaseificada, ganhou o mundo por conta do seu efeito estimulante, que é causado através da cafeína e taurina presentes na sua composição, proporcionando aumento da disposição e concentração, diminuição da sensação de cansaço e privação do sono, por isso, uso exacerbado dela por jovens que querem passar a noite estudando ou até em baladas pela agitação elevada.
De acordo com a nutricionista, “a substância estimulante presente neste composto atua no sistema nervoso central, podendo elevar a pressão cardíaca, surgindo uma outra preocupação, que são os malefícios causados pela frequência exagerada do energético”, pontuou.
Naiara esclarece que, “como sua ação está diretamente ligada ao sistema nervoso central, indivíduos com ansiedade, síndrome do pânico e problemas cardiovasculares precisam evitar o consumo desse produto. Ressalta-se que que a combinação de álcool e energético pode intensificar o risco de arritmias principalmente para quem já possui patologias pré-existentes”, disse.

SUGESTÃO
Para estabelecer a disposição buscada nos energéticos, a nutricionista aponta outra direção, sem os riscos dos isotônicos. “Caso você tenha o hábito de consumir energético para se sentir mais disposto ao longo do dia, entenda que desenvolver um estilo de vida saudável vai te auxiliar a ter muito mais disposição. Com práticas saudáveis que proporcionam energia, saúde e bem-estar que vão prevalecer na sua vida”, sugere.
Segundo Naiara, os seguintes hábitos são eficazes e valem para a vida:
• Ter uma rotina equilibrada com momentos de lazer e produtividade.
• Ingerir no mínimo 2 litros de água por dia.
• Aumentar a ingestão de frutas e verduras ao menos nas 3 principais refeições.
• Ter sono de qualidade, para acordar disposto e sem cansaço.
• Praticar uma atividade física que te faça feliz, que desperte em você o prazer em se cuidar.
• Realizar exames de rotina, incluindo as dosagens de vitaminas como B12 e Vitamina D, pelo menos 1 (uma) vez ao ano.