Iniciativa do Neam, com apoio do Ministério Público e do curso de Psicologia da Faculdade de Irecê, o projeto Esperançar alcançou excelentes resultados na prevenção da violência masculina contra mulheres: 97% não reincidiram –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
O projeto “Esperançar”, de iniciativa da Delegada Maria José Maciel, titular do Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (NEAM), sediado em Irecê, ocupou a terceira colocação entre os 10 projetos classificados, de um total de 198 concorrentes ao Prêmio Boas Práticas do Serviço Público, realizado pelo governo do estado. A cerimônia de premiação ocorreu no último dia 28, no auditório Zezéu Ribeiro no SEAP/Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.
O QUE É O PROJETO ESPERANÇAR?
O projeto tem como finalidade maior, conter o senso de agressividade masculina, por meio de um Grupo Reflexivo com Homens Autores de Violência Contra Mulheres, desenvolvido pelo Neam – Núcleo Especial de Atendimento à Mulher, com apoio do Ministério Público, desenvolvido com o suporte da Faculdade de Irecê – FAI, representada pela professora Maria Conceição Araújo, responsável pelo grupo de estudantes do 7º Semestre, que já tenha estudado a disciplina Psicologia Penitenciária, do curso de Psicologia.
O grupo é formado por homens que, embora tenham praticado agressões físicas, psicológicas ou econômicas, não tenham cometido abuso sexual ou homicídio, nem sejam usuários de drogas ou estejam sendo assistidos por tratamento psiquiátrico.
Cada grupo é formado por no máximo 10 homens encaminhados pelo Neam e o MP, sendo acompanhados por cinco estudantes, que desenvolvem as metodologias definidas pelos protocolos da formação, como entrevistas para avaliação de perfil e cinco encontros semanais, quando são realizadas oficinas de 1h30.
Durante as oficinas, os participantes são envolvidos em dinâmicas de reflexões sobre os papéis sociais masculino e feminino e a masculinidade tóxica; participam de momentos de fala, com escuta qualificada e compartilhada, através da troca de experiência dos participantes; discutem a Lei Maria da Penha (11.340/06) no contexto de violência doméstica e familiar para a promoção da igualdade de gênero e debatem sobre a comunicação e comportamentos assertivos diante de situações de estresse com vistas ao rompimento do ciclo de violências domésticas e familiares direcionados contra a mulher.
RESULTADOS
De acordo com os resultados, 97% dos homens não promovem reincidência, objetivo maior do projeto. “Para nós, mais que promover o acolhimento e proteger as mulheres contra a violência masculina, é acolher os seus companheiros para uma tomada de consciência, prevenção à agressão e promoção da qualidade das relações em família e na comunidade”, conclui Maria José.
RECONHECIMENTO
A delegada recebeu R$ 18 mil como incentivo às boas práticas no âmbito dos serviços públicos do estado, mas quem roubou a cena foi a vereadora e presidente do PT em Irecê, Taíse Torres. Para a delegada Maria José, “(Taíse) foi a primeira pessoa com quem falei deste projeto e que desde o início me deu as mãos para levar adiante”, disse a titular do Neam.
Camila Batista, superintendente da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres, também enfatizou o papel da vereadora. “Taíse é uma liderança determinada, que, de muito tempo se destaca não só em Irecê, mas em todo o território, cujas articulações desenvolvidas, quando coordenadora do CRAM – Centro de Referência de Atendimento à Mulher, polo do território, resultaram na definição de instalação da Casa da Mulher Brasileira em Irecê.
Representando a Secretaria Municipal da Mulher e Cidadania de Irecê, Eliana Gonzaga parabenizou a Maria José, pelo projeto desenvolvido e o reconhecimento da comissão julgadora, assim como à vereadora Taíse pelo compromisso em desenvolver projetos e ações efetivas de interesse ao desenvolvimento social, cultural e econômico das mulheres.
Moção de Aplausos – Em Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores desta quinta-feira, 30, a vereadora Taíse Torres apresentou ao pleno daquele Poder Legislativo, a aprovação de uma Moção de Aplausos a Dra. Maria José Maciel. A proposta foi encaminhada para a Comissão de Constituição e Justiça da Casa, para apreciação regimental.



 
			 
			 
					 






 
