Avanço da infecção preocupa autoridades de saúde e evidencia falhas na prevenção, diagnóstico e tratamento, especialmente entre gestantes e jovens.
Da Redação | Cultura&Realidade
A sífilis tem avançado em ritmo acelerado no Brasil e se consolida como um dos principais desafios atuais da saúde pública. Dados recentes do Ministério da Saúde indicam que a doença segue em expansão, mesmo sendo uma infecção sexualmente transmissível de diagnóstico simples e tratamento eficaz quando realizado de forma adequada e precoce.
Um dos pontos mais alarmantes está no aumento dos casos entre gestantes. A taxa de detecção da sífilis nesse grupo alcançou 35,4 casos por mil nascidos vivos em 2024, refletindo diretamente o risco de transmissão vertical, quando a infecção é passada da mãe para o bebê durante a gestação ou no momento do parto. Desde 2005, mais de 810 mil casos foram registrados em gestantes no país, com maior concentração na Região Sudeste.
Especialistas alertam que falhas na interpretação de exames laboratoriais, como o VDRL, ainda são recorrentes na rotina de atendimento. Em muitos casos, infecções latentes deixam de ser tratadas corretamente, o que favorece a continuidade da cadeia de transmissão. Outro fator relevante é a ausência de tratamento dos parceiros sexuais, o que aumenta o risco de reinfecção, inclusive durante o pré-natal.
O crescimento da sífilis também é observado entre adolescentes, adultos jovens e pessoas idosas. A redução do uso de preservativos, associada à falsa percepção de baixo risco, especialmente entre pessoas fora da idade reprodutiva, contribui para a disseminação da bactéria causadora da doença.
Grande parte das pessoas infectadas, especialmente gestantes, não apresenta sintomas, o que reforça a importância da testagem regular e do acompanhamento adequado nos serviços de saúde. Quando não tratada, a sífilis congênita pode provocar complicações graves ao recém-nascido, incluindo sequelas permanentes e óbitos evitáveis.
Diante do cenário, autoridades sanitárias e entidades médicas defendem o fortalecimento das ações de prevenção, a capacitação contínua dos profissionais de saúde e a ampliação do acesso aos testes rápidos e ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de curável, a sífilis segue avançando no país, evidenciando a necessidade de políticas públicas mais eficazes e de maior conscientização da população.
Com informações de Agência Brasil





