
DA REDAÇÃO | Cultura&Realidade, Por Diogeano Marcelo
Sim, eu adoro animações, e confesso também que sou super fã de desenhos e animes japoneses, inclusive maratonei uns ótimos esta semana, mas como não são o tema deste artigo, deixarei para escrever sobre eles em outra oportunidade, até lá ficará esse proposital mistério.
E sem fazer qualquer cerimônia já vou logo adiantado, A Família Mitchell e a Revolução das Máquinas, foi uma grande surpresa porque não é uma animação sem graça, muito pelo contrário, não foram poucas as gargalhadas que me roubou desde o início do filme até o seu fim, e olha que isso não é algo fácil de se conseguir, não é qualquer filme de comédia que consegue a proeza de me fazer rir.
A animação em si é bem produzida, embora não chegue ao nível de perfeccionismo de Toy Story 4, não cansa o expectador, traz um show visual a parte, empolga, diverte, e não é composto por efeitos baratos.
Quanto a história, poderia ser o mais do mesmo, de uma família que pega a estrada e nesse percurso vai se metendo em confusões enquanto vão resolvendo uma série de problemas pessoais, mas o roteiro foge do comum quando coloca no meio disso uma revolução das máquinas comandadas por uma inteligência artificial que se revolta contra o domínio humano.
O roteiro consegue inserir a história de uma revolução tecnológica no meio de uma viagem de uma família nada casual tão milimetricamente perfeita que não se mostra ao expectador como um absurdo, pelo contrário, apresenta-se como algo plenamente aceitável, algo longínquo de se acreditar quando apenas lemos a sinopse do filme.
A Família Mitchell e a Revolução das Máquinas, é uma animação produzida pela Sony Animation que depois de vários adiamentos por conta da pandemia conseguiu ter a sua estreia como produção original da Netflix, conta com a direção Michael Rianda e Jeff Rowe, que até então eram conhecidos por participarem como roteiristas da série animada “Gravity Falls”, série que também está disponível na Netflix, pelo menos em sua segunda temporada.
Além de engraçada, a animação A Família Mitchell e a Revolução das Máquinas em seu enredo abre espaço para pensarmos sobre dois importantes temas: o impacto da tecnologia na vida das pessoas e o tipo de pais que precisamos ser em um mundo onde novas profissões aparecem todos os dias.

Sem sombra de dúvidas a tecnologia é importante e nos ajuda muito no trabalho, na educação, no lazer e na comunicação, mas até que ponto ela é saudável? Até onde devemos ficar expostos a ela? Quais os limites do seu uso racional?
Já por outro lado, a preocupação dos pais é sem dúvida um reflexo do amor que sentem pelos filhos, mas, até que ponto esse amor continua sendo amor? Em nome do amor paternal é justificável podar toda e qualquer aspiração dos filhos por mais incerta que ela pareça? Ou os pais devem apoiar toda empreitada de seus filhos incondicionalmente?
Longe de querer responder a esses questionamentos em apenas um artigo, fazer esses questionamentos é apenas salutar o quanto essa animação pode fomentar discussões não apenas inteligentes como também necessárias e embora o objetivo principal do filme seja entreter, fica ao encargo de cada um que o assiste levar o entretenimento a um patamar além do simples passatempo, e caso este seja o desejo do leitor, coloca o seu comentário sobre o que achou do filme.
Como a maioria das boas animações, A Família Mitchell e a Revolução das Máquinas nosfornece um excelente entretenimento em família, leve, engraçado e que permite pensarmos sobre temas relevantes da atualidade, em especial sobre a presença da tecnologia na educação dos nossos filhos e do tipo de pais que queremos ser para reconhecer as habilidades e as vocações de nossos filhos. Com certeza é uma excelente indicação!
