– Dia do Jovem Escritor, 19 de julho, para a comunidade escolar do CEII. Hoje, terça-feira, a instituição apresentou o Prêmio Carlos Hamilton de Literatura. Não é falar do guitarrista, do homem da tecnologia, da escrita, do desbravador de aventuras incríveis, mas de um ser humano excepcional –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade, por João Gonçalves
O Centro de Educação Integral de Irecê realizou na manhã desta terça-feira, 19, a solenidade de lançamento do Prêmio Carlos Hamilton de Literatura, estabelecendo como atividade permanente no seu calendário escolar, o 19 de julho como Dia do Jovem Escritor, que nesta primeira edição tem como laureado, Vítor D. Queiroz.
O ato solene, coordenado pela professora Josane Lino, consultora pedagógica da escola, ocorreu na área de eventos, com a entrega do prêmio feita pelo diretor Valmir Junior de Arruda, que fundamentou a iniciativa e o conceito do prêmio, com menção honrosa a Carlos Hamilton, entregando memorial à sua mãe, Hildete Rocha, que esteve acompanhada da sua filha Marluce Rocha e da sua neta Júlia Rocha, filha do homenageado.
Depois das considerações dos componentes da mesa solene, ocorreu a entrega do Prêmio Carlos Hamilton de Literatura ao jovem escritor Vitor D. de Queiroz, que fez o lançamento da sua obra em atos de autógrafos.
Em sua fala, Júlia Rocha falou de gesto de amor. “Eu só tenho a agradecer a todos os envolvidos nesse gesto de amor pelo o meu pai, acho que nem ele tinha noção do quanto ele é querido. Todos que conheciam ele e me veem em algum lugar, dizem que sou parecida com ele e que orgulho eu sinto, quando dizem isso. Tenho certeza, que de onde ele estiver, tá muito feliz”.
Já a professora Josane Lino ressaltou: “costumo repetir que a leitura e a escrita são as pernas do pensamento. E neste projeto, escrever serviu também a um laço incomum de amizade: juntou duas gerações de escritores, duas pessoas que nunca se viram, mas que nutrem pela escrita amor e interesse operantes. Bons exemplos que, temos certeza, animaram hoje muitas outras escritoras e escritores a se desabrocharem, escreverem as suas histórias, contos, crônicas e publicá-los, sendo, quem sabe, o próximo ganhador do Prêmio Carlos Hamilton, como o jovem escritor Vítor D. Queiroz”.
CARLOS HAMILTON E A SUA OBRA
Vítima de um grave acidente ocorrido em 19 de julho de 2021, Carlos Hamilton foi um talento à frente do seu tempo. Especialista em tecnologia, os produtos que desenvolvia, ainda são bastante úteis às estruturas da gestão pública. Neste metiê, chegou a publicar obras na língua alemã.
Mas era no campo das artes que ele melhor desfilava, o seu olhar brilhava e ficava faceiro. Gostava de viajar por constantes aventuras com os amigos, em frequentes roteiros ecológicos, históricos, culturais e artísticos. Flertava com o rock, tocando guitarra e contrabaixo, como da aparição da banda Juízo de Ferro, nas Semanas de Arte e Cultura de Irecê, no final da década de 80 e início da de 90 do Século XX e mais recentemente nos Festivais de Rock de Irecê.
Escreveu. E escreveu muitos contos e outros gêneros literários e neles, levou ao mundo a região de Irecê e Chapada Diamantina, com ênfase ao folclore brasileiro. Através das aventuras vividas por seus personagens, o leitor de “Os Guardiões da Ordem” é levado a conhecer lugares como o Mercadão de Irecê, o vale do Pati, a Cachoeira do Roncador, Xique-xique, Lençóis e fica sabendo dos mistérios que envolve a “luz da federal” e outras tantas aventuras.
De escrita com características regionalistas, fluida e leve, Carlos Hamilton, ao tempo em que apresenta a nossa forma de falar a leitores de outros lugares, leva os leitores nativos a dar boas gargalhadas ao se reconhecerem nos seus textos, a partir das expressões que estabelecem a interlocução identitária, especialmente em contextos hilários.
Ao divulgar a justificativa da homenagem, a organização do Prêmio Carlos Hamilton de Literatura ressaltou: “neste dia 19 de julho completa um ano em que ‘Carlinhos de Gileno’ como era mais conhecido, na sua versão empresário, Carlos Hamilton se encantou, talvez até em Ciro, e está por aí como Saci Pererê, lutando épicas batalhas juntamente com Os Guardiões da Ordem… quem sabe… quem poderá sabe…? Pois disse o poeta: ‘artistas não morrem, ficam encantados’”.
SOBRE VITOR D. QUEIROZ: PRIMEIRO PREMIADO
Esta edição inaugural do prêmio o contempla o jovem escritor Vítor D. Queiroz, 17 anos, estudante da 3ª série do Ensino Médio, com a obra ‘No Quarto Onde Você Dorme’, publicado pela editora Viseu.
Baiano da cidade de Lapão, Vitor D. Queiroz nasceu em 13 de dezembro de 2004. Filho de Nea Queiroz e Doriedson Silva (em memória) ele cresceu alimentando a sua imaginação com os livros, filmes e séries que levaram o autor ao fascínio pela escrita e a habilidade de se expressar, criar cenários, histórias, personagens e tramas inimagináveis.
Diz a aba do seu primeiro lviro, que depois de dois anos escrevendo apenas para si mesmo, ele pensou que estava na hora de compartilhar seus escritos. Foi então que, com apenas dez anos, começou a escrever pequenos contos, expostos nas estantes da biblioteca de sua escola.
Não sendo o suficiente, pouco depois de completar catorze anos, ele decidiu focar em sua primeira publicação. “O que começou como um hobby acabou evoluindo para algo mais sério”, pontua a aba.
Aos dezesseis anos, Vítor decidiu dar passos mais robustos na arte da escrita, com a saga “Onde o mal habita” tendo como fascículo inicial, “No quarto onde você dorme”, na expectativa de ampliar seu público leitor.
COMPONENTES DA MESA SOLENE
Roberto Júnior/Fundador da Academia Ireceense de Letras, Arte e Cultura, Júlia Rocha / Filha de Carlos Hamilton, Marlúcia Rocha/Irmã, Hildete Rocha /mãe, Josinélia Queiroz/ mãe de Vítor D Queiroz, Vítor D Queiroz/ Escritor laureado com a primeira edição do prêmio Carlos Hamilton, Valmir Júnior de Arruda/ Direitor Geral do Colégio CEII, Evilásio Machado/ Escritor convidado, Regina Barreto/Professora revisora e Josane Lino/Cicerone.
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