Produzido pelos irmãos Joe e Antony Russo (“Vingadores: Ultimato”), filme “Mosul” mostra história real de policial iraquianos lutando contra o Estado Islâmico
COLUNISTA | Cultura&Realidade, por Diogeano Marcelo de Lima
Durante a maior parte da minha vida, meus gêneros favoritos de filmes foram os de ação e aventura, sou fã de boas cenas com perseguições frenéticas, tiroteio, lutas e explosões e acredito que, uma gigantesca parcela da população também ame o gênero.
No entanto, isso não quer dizer que eu ame a mera violência gratuita, até porque, os filmes possuem em média de uma hora e meia a duas horas de duração, dificilmente se consegue preencher todo esse tempo apenas com violência.
Portanto, é necessário ter um enredo por trás, que cative o expectador durante o período em que os personagens não estão em cenas de combate por exemplo. É a história que determina se um filme de ação é superficial ou se tem capacidade de nos agregar conteúdo, pois é através do enredo que podemos conhecer o personagem e a partir do quanto o conhecemos ou nos identificamos com o personagem podemos entender porque ele age de forma extrema.
É nesse sentido que o filme “MOSUL” se torna, a meus olhos, um filme digno de ser indicado, mais ainda, digno de ser assistido, pois, embora já comece com cenas de ação alucinantes, é a relação que o filme constrói com o expectador que permite mergulhamos na construção do enredo, que por sinal, É BASEADO EM FATOS REAIS.
Mosul era a segunda maior cidade do Iraque até ser subjugada pelo Estado Islâmico (Daesh). A produção é didática em mostrar a destruição e os horrores causados por um intenso conflito na região e anos de ocupação, estupros e assassinatos cometidos pelo Daesh.
Capaz de agradar tanto os fãs de ação como de dramas pessoais, a produção dos irmãos Joe e Antony Russo (produtores também de Vingadores: Ultimato), o filme Mosul nos conta, sob o olhar de membros da força especial da policial iraquiana (A SWAT iraquiana), a história real da luta contra o Estado Islâmico.
Fato interessante é que, embora o filme seja uma produção americana, retrata o conflito sobre o olhar de policiais iraquianos, o áudio original é árabe e não aparecem soldados americanos na última hora para salvar o dia. Pelo contrário, apresenta um toque de nítido realismo, não há nenhum personagem que não esteja em perigo constante (e nesse ponto não há nenhum dó em se desfazer de um personagem), busca ser o mais próximo de uma situação de combate real, ou seja, não existe os exageros comuns de filmes de ação como um personagem que leva 300 tiros e sobrevive.
Essa situação de fragilidade transmitida pelo realismo mencionado nos coloca no lugar dos personagens, causando a sensação de constante tensão em cada beco ou esquina em que o grupo esteja atravessando, nunca se sabe de onde o disparo virá.
A SWAT Iraquiana é a única unidade que o Estado Islâmico não conseguia corromper ou dissuadir através do medo, não porque se tratassem de pessoas diferentes de nós, ou seja, de heróis, mas sim porque aqueles homens, que antes eram apenas policiais, entraram nas forças especiais por já terem perdido um parente ou uma pessoa próxima para o Estado Islâmico.
Logo, o comprometimento daqueles soldados não era ideológico ou financeiro, mas pessoal, e nesta trama, embarcamos com uma equipe em sua última missão, até então secreta, contra os resquícios da ocupação do Daesh, que está batendo em retirada, mas sem deixar de causar ainda mais dor.
É realmente, um filme empolgante para os amantes de ação e reflexivo para quem prefere uma trama, pois desnuda as marcas da violência causada pelo Estado Islâmico em uma das cidades ocupadas, Mosul, em um conflito que se arrastou por anos. Esta é a indicação da semana.
Sugestões e Feedbacks através do Instagram: https://www.instagram.com/diogeano.marcelo.lima/
Não perca as publicações anteriores:
1. Resenha crítica do filme “CORRA”
2. Resenha crítica do filme “FOME DE PODER”
3. Resenha crítica do filme “ESQUECERAM DE MIM”
4. Resenha crítica do filme “ERA UMA VEZ UM SONHO”
5. Resenha crítica do filme “A INCRÍVEL HISTÓRIA DA ILHA DAS ROSAS”
6. Resenha crítica do filme: “A VOZ SUPREMA DO BLUES”
7. Resenha Crítica do filme: “REDE DE ÓDIO”.
8. Resenha Crítica do Filme: “MINIMALISMO JÁ”