– A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi uma simples escolha de um candidato contra outro candidato. Foi uma vitória sobre Jair Bolsonaro (PL) e todas as estruturas humana e governamental constituídas para estabelecer um estado autoritário, com abuso do poder político, econômico e de uma geração formatada pelo discurso do ódio, forjada na onda de fake news disseminada pelas redes sociais –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
No Brasil, estão aptos a votar 156.453.334 cidadãos e cidadãs. Destes, 32.200.558 (20,59%) se abstiveram, não comparecendo aos locais de votação neste segundo turno, ocorrido no último domingo, 30. Exerceram o sagrado direito de escolher seus dirigentes, 124.252.796 eleitores e eleitoras, 79,41%, contribuindo para a consolidação de uma das mais robustas e modernas democracias do mundo.
As eleições que elegeram 12 governadores e o novo Presidente da República, Lula, que impôs a Bolsonaro a primeira derrota de um presidente brasileiro em tentativa de reeleição, tem sido marcadas por muito suspense, inclusive após proclamados os resultados, com a ausência de pronunciamento do presidente em exercício do mandato.
Do total de eleitores, Lula obteve 60.345.999 votos, contra 58.206.354 de Jair, 50,9% e 49,1% respectivamente. Brancos e nulos somaram 5.700.443, 4,59% dos votos. Todo o processo eletrônico foi monitorado por diferentes setores sociais e governamentais, inclusive representantes de outras nações, que não anotaram nenhuma ocorrência, nem mesmo os representantes das Forças Armadas sinalizaram qualquer inconsistência dos resultados.
Após proclamado o resultado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitora (TSE), Alexandre de Morais, o presidente eleito foi recebido por uma multidão de brasileiros, na Avenida Paulista, em frente ao MASP – Museu de Arte de São Paulo, para um pronunciamento histórico, onde ele agradeceu aos eleitores e confirmou que fará um governo para todos os 215 milhões de brasileiros, na promoção da paz, do amor e da prosperidade coletiva.
Já o presidente derrotado, optou pelo auto isolamento e até o presente momento não se manifestou, mesmo tendo os seus principais aliados reconhecido os resultados e sinalizado a busca do entendimento a bem do País.
RECONHECIMENTO LOCAL E INTERNACIONAL
UMA ELEIÇÃO PARA ALÉM DA DISPUTA ENTRE DOIS CANDIDATOS
A eleição de Lula não foi apenas uma vitória de um candidato contra outro. Lula enfrentou o ódio semeado por uma enxurrada de fake news distribuídas pelas redes sociais, promovendo a desinformação e constituindo a formação do grupo bolsonarista, movido por informações falsas e um ódio jamais visto contra as instituições que asseguram o Estado de Direito Democrático e contra pessoas que ousam se opor ao atual mandatário da República.
Bolsonaro militarizou o governo, distribuiu favorecimento à estrutura militar e investiu toda a sua gestão em desconstruir as instituições do Estado de Direito Democrático, bem como a imprensa livre. Seus atos denunciaram suas intenções de promover o enfraquecimento das estruturas de estado, intensificou a corrida armamentista, favorecendo a seus seguidores e ao poder paralelo.
Mais que isso, usou a máquina pública federal de modo abusivo, com mudanças de metas fiscais já durante o processo eleitoral, visando a cooptação de eleitores beneficiados por resultados econômicos resultantes de medidas estritamente eleitoreiras, sem consistência de longa duração.
O silêncio do derrotado, neste momento, revela que seus planos de golpe, mesmo tendo sido minados, ainda se alimentam da esperança ardil de um levante, que vem sendo articulado por seus seguidores, com as paralisações em diversas estradas pelo País, que, de certo, não prosperará.