• INÍCIO
segunda-feira, junho 30, 2025
  • Login
Cultura & Realidade
  • INÍCIO
  • IRECÊ
  • POLÍTICA
  • EDUCAÇÃO
  • SAÚDE
  • COLUNAS
No Result
View All Result
  • INÍCIO
  • IRECÊ
  • POLÍTICA
  • EDUCAÇÃO
  • SAÚDE
  • COLUNAS
No Result
View All Result
Cultura & Realidade
No Result
View All Result

A incrível ação do banqueiro que virou militante do MST

REDATOR by REDATOR
21 de dezembro de 2021
in BRASIL, REPORTAGEM
0
Home BRASIL
Compartilhe no FacebookCompartilhe no Whatsapp
ADVERTISEMENT

– O banqueiro que mudou de lado e assessorou o MST a emitir Certificados Recebíveis do Agronegócio – CRA, para o mercado financeiro, favorecendo os investimentos da entidade em projetos produtivos –

DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade – The Intercept

O jornalismo independente promovido pelo site The Intercept Brasil, trouxe em sua plataforma eletrônica, no último dia 10, uma excelente entrevista com o ex-banqueiro carioca Eduardo Moreira. A entrevista foi conduzida pelo jornalista Vinícius Konchinski e vale a pena conferir a leitura.
Durante a entrevista ele narra porquê mudou de lado e expõe as engrenagens do sistema econômico, que, para ele, corrói a democracia e impõe uma relação na qual os pobres emprestam para ricos e pagam mais caro no uso de empréstimos financeiros.
Eduardo relata que existe uma fortuna no Brasil à disposição do desenvolvimento, mas que estes recursos estão paralisados, atendendo aos interesses do mercado financeiro.
Utilizando dos seus conhecimentos, ele conduziu o MST a acessar recursos financeiros mais baratos que o que é ofertado pelo mercado, com recursos destinados a produzir alimentos acessíveis a quem precisa se alimentar.
Para ele, há uma legião de famintos no Brasil, enquanto o governo se preocupa em produzir para exportar. Veja um trecho da entrevista:

“Intercept – Por que o MST recorreu ao mercado financeiro para buscar recursos?
Eduardo Moreira – O MST, como qualquer um que quer empreender, precisa de recursos. E esses recursos já são obtidos no mercado financeiro. Só que são obtidos por meio de empréstimos dados por bancos a taxas absolutamente absurdas. Só a título de curiosidade: a taxa de juros mais alta cobrada hoje no Brasil é de 965% ao ano. Uma pessoa que pega R$ 10 mil emprestado nessa taxa, em cinco anos, deve R$ 1,5 bilhão. Ninguém tem noção disso! Tem gente que fala que é um contrassenso o MST pegar dinheiro no mercado financeiro. Quem fala isso não tem a menor ideia de como funciona um acampamento ou assentamento. Todo mundo que produz, seja de acampamento, agricultor familiar, seja de qualquer lugar, tem que pegar dinheiro para comprar sementes, ferramentas. Elas pegam dinheiro no mercado financeiro.
Como surgiu a ideia?

O MST, há um ano e meio, precisava pagar uma grande reforma de uma planta de produção de arroz orgânico e carne suína perto de Porto Alegre. Eles tinham resolvido ampliar a planta, mas, com o novo governo, todas as linhas de crédito público para isso foram cortadas. Faltava R$ 1,5 milhão para a reforma. Me perguntaram se eu conhecia algum banco para buscar financiamento. Eu disse: “não vão para o banco, não. Deixa eu juntar uns investidores. Em vez de o nosso dinheiro estar no banco financiando o que a gente nem sabe o que é, a gente quer começar a investir em algo que a gente acredita”.

Investimos em algo que paga uma taxa de juros muito baixa, para ganhar o equivalente ao ganho da poupança, mas que financia a agricultura orgânica, que ajuda famílias a desenvolver uma agricultura familiar, a produzir alimentos que não sejam para exportação, mas para alimentar uma população que passa fome. Fizemos um CRA, certificado de recebíveis do agronegócio, um título de dívida, e uma securitizadora padronizou esse título para ele poder ser comercializado. Primeiro, o MST, na verdade, pegou dinheiro emprestado comigo e outros seis investidores. Fizemos o CRA já para fazer um projeto piloto. Queríamos que esses títulos padronizados, de mercado, levassem dinheiro para as pessoas que não são atendidas pelo mercado financeiro.”

O jornalista Vinicius provoca Eduardo a apresentar mais detalhes:
“A ideia de criar um título da dívida do MST foi testar o modelo em outras operações?
Sim. Inauguramos no Brasil o conceito de financiar o mundo que acreditamos. Depois da primeira operação, tínhamos um novo desafio: fazer com que todo mundo pudesse fazer isso. A primeira operação, para poder sair rapidamente, foi para investidor qualificado, que tem pelo menos R$ 1 milhão em investimentos. E eles, em tese, estão mais acostumados com risco, e não vão ser destruídos se perderem dinheiro com esse investimento. Há menos exigências da CVM [Comissão de Valores Mobiliários].

Mas queríamos o Brasil inteiro fazendo isso. Resolvemos então fazer uma segunda operação disponível para o pequeno investidor. Há uma instrução da CVM que exige uma infinidade de informações, de licenças, de alvarás, para mostrar que todas as atividades que serão financiadas são 100% legais e regulares, para proteger o pequeno investidor. Foi feito um documento de mais de 600 páginas que quebrou todo um argumento de que o MST é um banco de terroristas. Passou-se pelo maior de todos os crivos. Aí fizemos essa segunda emissão, aberta para todo mundo. Perguntamos: “quem topa investir, sabendo que vai receber menos financeiramente, mas vai receber mais em retorno para o mundo?”
Houve resistência do mercado a essa ideia?
Muito repórter perguntava: “mas essa operação tem um retorno menor. E aí?”. Eu digo sempre: tem um retorno financeiro menor, mas retorno é algo muito além da taxa de juros. Adianta comprar um arroz que desmata, que faz propaganda antivacina, que tem milícia de fazendeiro, que exporta para outro país e pagar R$ 0,10 a menos? O que é retorno? O que volta do investimento? Essa operação tem um retorno inédito. Essa operação foi pequena, de R$ 17,5 milhões, mas deu retorno a 13 mil pessoas do MST.

Quantas pessoas compraram o título da dívida para financiar o MST?
Os títulos foram divididos entre dois tipos de investidores. Um comprou R$ 3 milhões em cotas subordinadas e outros puderam comprar R$ 14,5 milhões em cotas seniores. O que é uma cota subordinada e uma cota sênior? Suponhamos que 10 pessoas emprestem R$ 100 cada para um indivíduo que precisava de R$ 1 mil. Se essa pessoa devolve só R$ 500, cada um que emprestou deveria receber R$ 50, certo? Mas, se entre essas 10 pessoas, você tiver cinco que comprem uma cota subordinada e cinco que fiquem com a cota sênior, antes de impactar a cota sênior, você come toda a cota subordinada. Se o indivíduo deixar de pagar R$ 500, quem tem cota subordinada perde tudo e todo mundo com cota sênior recebe. É uma proteção.

Nesta operação do MST, se você tivesse uma inadimplência de R$ 3 milhões, o pequeno investidor não perdia nada. Cinco mil pessoas abriram conta na corretora para investir nessas cotas, e 1,5 mil conseguiram efetivamente investir [média de R$ 9 mil por investidor efetivo], porque só havia R$ 14,5 milhões disponíveis para serem vendidos. Isso é incrível. Uma operação ligada ao MST, sem propaganda, com uma taxa de 5,5% ao ano, quando o governo já tomava empréstimos a 11%. É histórico no mundo. Uma cooperativa captar dinheiro por cinco anos numa taxa que é metade da taxa livre de risco no país, que é a taxa da emissão da República. E isso poderia ser feito com cooperativas de pescadores, de artesãos, pode ser geograficamente estabelecido, ou seja, investido na cidade ou comunidade delas.
Como isso poderia ser ampliado?

Hoje, no Brasil, existem cerca de R$ 4 trilhões investidos em fundos, poupanças, etc. Se tivermos 5% desse valor, teremos R$ 200 bilhões para financiar produção sustentável. Isso não é doação, não. Tem retorno. Se isso fosse uma política de estado, se tivéssemos o governo investindo na cota subordinada, teríamos muito recurso para investimento a custo zero do orçamento. Isso não é gasto. O governo vai receber de volta.

Tem quase R$ 5 trilhões nos bancos que poderiam ser usados para tudo que é necessário no Brasil. Isso não acontece, porque quem decide o que fazer com esse dinheiro são os bancos. Eles que escolhem emprestar para as mesmas famílias, os mesmos latifundiários –até porque os bancos, muitas vezes, são sócios desses negócios todos. Quando você tira esse poder dos bancos, você destrava a economia e tem um ganho enorme até em democracia, pois há uma distribuição de poder. O poder de escolha de onde a riqueza do país será empenhada é um poder democrático, que afeta diretamente os rumos do país.

O governo decide fazer um programa para incentivar a indústria tecnológica, mas tem R$ 3 milhões para emprestar. Peraí, não tem dinheiro no país? Claro que tem. Tem R$ 5 trilhões. As pessoas não poderiam financiar esse programa? Poderiam, mas os bancos não deixam. Eles querem essa procuração para votar no país que eles precisam.

A operação do MST foi um grande sacolejo. Gerou um monte de críticas. Tentaram boicotar. Por que essa preocupação? Porque ela foi um golpe frontal na estrutura do sistema financeiro brasileiro, que, na minha opinião, é quem mais corrói e corrompe a democracia e economia brasileira. É o maior câncer do Brasil. Quem mais alimenta desigualdade e privilégios é o sistema financeiro.”

Segue o link da entrevista completa, diretamente do sítio do The Intercept Brasil, onde se pode acessar contatos para possíveis contribuições para a consolidação do jornalismo independente e investigativo no Brasil

Tags: agronegócioEduardo MoreiraInterceptmercado financeiroMSTThe Intercept Brasil
Previous Post

Suécia ganha biblioteca de livros censurados no mundo

Next Post

Robertão termina primeiro ano da gestão bem avaliado

Next Post

Robertão termina primeiro ano da gestão bem avaliado

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ultimas notícias

São João de Irecê, tradição e inovação da melhor festa junina

São João de Irecê, tradição e inovação da melhor festa junina

25 de junho de 2025
Em mais uma noite de sucesso de artistas da cidade e grandes atrações

Em mais uma noite de sucesso de artistas da cidade e grandes atrações

21 de junho de 2025
Músicos de Irecê e João Gomes, marcam o segundo dia de festa em Irecê

Músicos de Irecê e João Gomes, marcam o segundo dia de festa em Irecê

20 de junho de 2025
Show marcante de Simone Mendes, no melhor Sanju

Show marcante de Simone Mendes, no melhor Sanju

19 de junho de 2025
Encontro de gestores em educação reflete políticas de alfabetização

Encontro de gestores em educação reflete políticas de alfabetização

18 de junho de 2025
Morte de João da Cruz repercute em toda a Bahia

Morte de João da Cruz repercute em toda a Bahia

18 de junho de 2025

Urgente

STF frustra professores, que esperavam receber 60% dos precatórios Fundef

24 de março de 2022

Tem criminosos aplicando o golpe do emprego com a marca do Sebrae

21 de março de 2022

Elmo Vaz e Luizinho deverão disputar as eleições deste ano

6 de março de 2022

Acidente mata mãe e filha entre Lapão e Irecê

7 de fevereiro de 2022

S. Francisco: comunidades ribeirinhas podem ser submersas

14 de janeiro de 2022

Polêmica em Central: prefeito é cassado e vice toma posse

13 de janeiro de 2022
Cultura & Realidade

Copyright © 2025, Jornal Cultura & Realidade

Navegação

  • Política de privacidade
  • Termos de uso
  • Fale Conosco

Siga-nos

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In
No Result
View All Result
  • INÍCIO
  • IRECÊ
  • POLÍTICA
  • EDUCAÇÃO
  • SAÚDE
  • COLUNAS

Copyright © 2025, Jornal Cultura & Realidade