Medida amplia escalada de tensão entre Washington e Caracas e provoca reação no mercado internacional de petróleo.
Da Redação | Cultura&Realidade
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (16) a imposição de um bloqueio considerado “total e completo” a todos os petroleiros sancionados que operem em rotas de entrada e saída da Venezuela. A declaração foi feita por meio de uma publicação na rede social Truth Social e representa um novo capítulo na crescente ofensiva do governo americano contra o regime de Nicolás Maduro.
Na mensagem, Trump afirmou que o governo venezuelano passou a ser tratado por Washington como uma organização terrorista estrangeira. O presidente acusou Caracas de envolvimento em atividades criminosas, como tráfico de drogas, tráfico de pessoas e apropriação indevida de bens norte-americanos. Segundo ele, essas alegações justificariam o cerco naval anunciado.
O republicano também declarou que a Venezuela estaria atualmente cercada por uma força militar sem precedentes na região, composta por embarcações da Marinha dos Estados Unidos, e indicou que a presença militar tende a ser ampliada nos próximos dias. Até o momento, o governo venezuelano não respondeu oficialmente às declarações.
O anúncio ocorre uma semana após autoridades americanas apreenderem um navio petroleiro próximo à costa venezuelana, sob a acusação de violação das sanções impostas por Washington. A apreensão reacendeu críticas por parte do governo de Caracas, que classificou a ação como ilegal e uma afronta ao direito internacional.
As declarações de Trump tiveram impacto imediato no mercado. O preço do petróleo bruto americano registrou alta de aproximadamente 1,3% ao longo do dia, sendo negociado em torno de US$ 56 o barril na noite de terça-feira.
Paralelamente ao bloqueio, os Estados Unidos vêm intensificando sua atuação militar no Caribe. Nos últimos meses, navios de guerra, porta-aviões, destróieres e embarcações anfíbias foram deslocados para a região, acompanhados do envio de milhares de soldados. De acordo com o governo americano, essas operações fazem parte do combate ao narcotráfico e a grupos classificados como terroristas.
Trump também ampliou o alcance de medidas de segurança ao autorizar, ainda neste ano, operações militares diretas contra cartéis latino-americanos que, segundo sua administração, mantêm ligação com o governo venezuelano. Entre eles estão o Tren de Aragua e o Cartel de los Soles, que passaram a ser oficialmente enquadrados como organizações terroristas estrangeiras pelos Estados Unidos.
Além das ações militares e diplomáticas, Washington intensificou sanções econômicas, incluindo restrições a navios, empresas e familiares do presidente Nicolás Maduro. O governo americano também elevou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura do líder venezuelano.
Autoridades da Venezuela, por sua vez, acusam os Estados Unidos de promover uma política de cerco com o objetivo de controlar suas reservas energéticas, consideradas entre as maiores do mundo. O governo Maduro sustenta que as sanções e operações militares representam uma tentativa de desestabilização política e econômica do país.
No Congresso americano, a decisão de Trump gerou reação. Parlamentares da oposição classificaram o bloqueio naval como um ato de guerra e anunciaram a intenção de votar uma resolução para limitar a continuidade das hostilidades contra a Venezuela.
Com informações de BBC News





