
Em setembro, Milton Ribeiro afirmou que a homossexualidade seria fruto de ‘famílias desajustadas’
DA REDAÇÃO | Com informações Correio Brasiliense
Em setembro, o pastor evangélico afirmou, em entrevista ao Estado de S.Paulo, que a homossexualidade seria fruto de “famílias desajustadas”.
“Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem e caminhar por aí”, disse o ministro.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou durante um culto no último domingo (24/1), em Santos (SP), que seu papel na pasta do governo federal é “mais espiritual do que político”. “Nós queremos tirar o Brasil de um rumo de desastre, em que valores como família, como criação de filhos, o que é certo, o que é errado, pudessem ser novamente preestabelecidos. A Bíblia diz que haveria um tempo em que as pessoas iriam chamar o que é errado de certo, e o que é certo de errado”, disse.
As falas foram feitas por ele em uma pregação na Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, onde Milton Ribeiro é pastor. Ele foi à cidade para visitar um colégio onde foram aplicadas provas dos Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e compareceu ao culto na cidade. Em sua fala, ainda afirmou que o inquérito o qual responde no Supremo Tribunal Federal (STF) também tem a ver com algo que está na Bíblia.
“Até mesmo o inquérito que eu enfrento no Supremo Tribunal Federal tem a ver com isso, com algo que Jesus não tem nenhum receio de dizer que não é o caminho certo. Estou muito tranquilo, meu coração está tranquilo. Esse é um desabafo que eu faço com a minha igreja: meu coração está tranquilo. Porque não fui chamado no Supremo Tribunal Federal para responder por desvio de dinheiro, nem por coisas erradas, mas porque eu disse o que a Bíblia diz e ponto final”, afirmou.
Homofobia
A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo que fosse aberto um inquérito contra Ribeiro para apurar se houve homofobia em falas ditas por ele em uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Na ocasião, ele disse que o “homossexualismo (sic)” é “fruto de famílias desajustadas”. A PGR chegou a oferecer um acordo, no qual ele teria que admitir que cometeu crime ao proferir a referida fala, mas o ministro recusou.
Ainda no culto, o ministro afirmou que “nunca houve num governo do Brasil um grupo de ministros com três pastores”. “E uma das coisas que eu tenho feito questão de dizer é que eu não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Eu simplesmente não me envergonho. Eu simplesmente digo a todo lugar, a toda hora, a todo tempo, e fora de tempo, que eu creio, em quem eu creio e muitas vezes nas minhas reuniões no ministério eu falo a respeito da minha fé, daquilo que eu tenho por valor, por princípio”, afirmou.
O ministro acredita que “foi por isso que Deus” o colocou onde está. “Quero aproveitar as oportunidades, e Deus tem me dado essa oportunidade. Tem me dado uma oportunidade de ter conversas a sós com o presidente da República, de orar por ele, de pedir a Deus direção e sabedoria. Tivemos no meio da semana uma reunião só de ministros para enfrentamento de tudo o que passamos e logo depois se reuniu um grupo de ministros para orar. Num salão em que no passado as coisas mais infames eram ditas e eram feitas”, afirmou.
Ribeiro ainda completou: “Vivemos tempos diferentes. Por isso eu queria crer que até as forças do inferno se levantam contra nós. Eu não tenho dúvida disso”.