– Agricultores iniciaram campanha de combate a compras casadas em negócios de agências do Banco do Brasil, especialmente em contratos agrícolas –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Venda casada na contratação de crédito rural é o foco de campanha desenvolvida pela Associação Brasileira de Defesa do Agronegócio (ABDAGRO), na região de Sorriso, envolvendo os municípios de Sinop, Sorriso, Rio Verde, Ribeirão Preto, Maracaju e Unaí, cujos moradores acordaram com outdoors impactantes espalhados por estas cidades.
De forma direta e contundente, a comunicação visual era clara: “Venda casada no crédito rural é crime!“. A campanha chamou a atenção de produtores e autoridades e vem em um momento decisivo para os produtores rurais.
A ABDAGRO ingressou, recentemente, com uma ação judicial histórica contra o Banco do Brasil, denunciando a prática da venda casada em contratos de crédito rural. A ação, que ultrapassa R$ 841 bilhões, questiona a imposição de seguros e outros produtos financeiros como condição para a liberação de empréstimos voltados ao setor agropecuário.
Além da denúncia explícita, os outdoors trazem um QR Code que permite aos produtores afetados relatarem suas experiências diretamente à entidade que move a ação. A proposta visa facilitar as denúncias e ampliar as evidências sobre a prática, que há anos vem sendo apontada como um dos grandes entraves para o acesso justo ao crédito no campo.

“A repercussão da campanha reforça a crescente mobilização do setor produtivo contra abusos praticados por grandes instituições financeiras. A nossa ação judicial se junta a um cenário de pressão cada vez maior sobre os bancos, com discussões em curso para reforçar a fiscalização e punição a essas práticas.”, pontua um dirigente da entidade.
Especialistas apontam que a prática da venda casada fere o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990, art. 39, inciso I), além de representar uma distorção no acesso ao crédito rural, essencial para a manutenção das lavouras e criações pelo país.
O impacto da campanha já se reflete no aumento de relatos de produtores que afirmam ter sido forçados a contratar serviços adicionais para conseguir financiamentos agrícolas. Com a crescente visibilidade do caso, especialistas recomendam que produtores busquem informações sobre seus direitos e, caso tenham enfrentado essa prática, formalizem denúncias para fortalecer a mobilização contra as irregularidades.