Ritmo perpassa gerações e se consagra a cada ano
DA REDAÇÃO | Cultura&Realidade
O samba é brasileiro ou o brasileiro é o próprio samba? Ambas afirmações têm o sentido de tanto faz. O samba tem a cara do Brasil. O ritmo, que saiu das periferias tomou conta do País, e tem seu dia comemorado nesta quarta-feira (2), acabou se tornando mais que um gênero musical, transformando-se em um fenômeno social.
A data, apesar de não oficial, é celebrada em muitos estados, principalmente no Rio de Janeiro e na Bahia, onde projetos de lei foram aprovados, desde a década de 1960, perpetuando, assim, um dia exclusivo para este artefato cultural tradicional, que representa a nação perante o mundo.
Surgido no século XIX, a partir dos antigos batuques trazidos pelos africanos que vieram escravizados para o Brasil, o ritmo consolidou-se no Rio de Janeiro. Com raízes negras e, geralmente, associado a elementos religiosos, um tipo de ritual era feito através dessa música e sua dança.
Democrático até na hora de ser reproduzido, o samba pode ser acompanhado ao som das palmas e/ou em rodas de pessoas. Tradicionalmente, é tocado por instrumentos de corda e percussão, como cavaquinho, violão, pandeiro, surdo e tamborim. Com sua popularização pelo Brasil, outros sons foram introduzidos e novos segmentos a partir dele foram criados.
A Praça Onze (lugar histórico), região que ficou conhecida como a Pequena África Brasileira, localizada no estado do Rio de Janeiro, é conhecida como berço das mais importantes manifestações culturais afro-brasileiras do país. Foi lá, na mitológica casa de Tia Ciata que nasceu o samba, mãe de santo, que também se tornou a mãe do samba, de nome Hilária Batista de Almeida nascida na Bahia em 1854.
Era na casa de Tia Ciata o ponto de encontro dos negros baianos e dos ex-escravizados radicados nos morros próximos ao centro da cidade. Lá se reuniam músicos amadores e compositores anônimos. Foi na casa de Tia Ciata que o samba nasceu, lugar onde grandes do samba brasileiro se reuniam, dos quais incluíam Pixinguinha, Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Sinhô e Mauro de Almeida.
A música “Pelo telefone”, de Donga, foi o primeiro samba registrado, no final de 1916, e virou sucesso no carnaval de 1917.
Nomes como Cartola, Zé Keti, Noel Rosa e Pixinguinha foram alguns dos responsáveis por dar voz ao som que prolifera até os dias atuais. Sucessos como “Vou festejar”, na voz de Beth Carvalho, “Não deixe o samba morrer”, na de Alcione, e “A voz do morro” de Zé Keti estão marcados na memória brasileira.
Assim, embora o Dia Nacional do Samba não seja oficial, a sua comemoração é conhecida nacionalmente.
com informações: Heróis de todo o mundo, Folha PE.