– Amigos de Barra e Xique-Xique realizarão manifesto em defesa da honra do pediatra Júlio César. Em Barra, será nesta quarta-feira, às 19h na Praça do Palácio, com passeata seguida de missa em memória do médico que foi brutalmente assassinado em seu consultório, em frente à esposa e pacientes –
DA REDAÇÃO I -Cultura&Realidade
Amigos e familiares do pediatra Júlio César de Queiroz Teixeira, 44, assassinado durante atendimento clínico em um consultório particular na cidade de Barra, a 100Km de Xique-Xique, estão organizando uma manifestação pública na defesa da honra do médico.
Sensibilização neste sentido já teve início em grupos de WathsApp, coordenados por seus amigos xiquexiquenses. A iniciativa ocorreu imediatamente após a divulgação, pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, de que o médico foi morto por vingança. De acordo com depoimento “pistoleiro” executor dos disparos, Jefferson Ferreira, à polícia, o médico teria cometido assédio sexual contra a esposa do mandante, que ainda não foi localizado.
Adriano Brito, por exemplo, fez o seguinte chamado: “Convido a todos para participarem de uma manifestação a ser realizada nesta quarta (29), por melhores investigações no caso do Dr Júlio César. A manifestação será logo após a visita ao sepultamento do Dr. Júlio César, em caminhada até a Praça da Caldeira. Não vamos deixar que esse crime seja tratado como está sendo. Em memória do Dr Júlio César e pela forma como a família vem sofrendo com tantos desencontros de informações”, divulgou ele.
O site Cultura&Realidade entrou em contato e ele disse que a manifestação prevista foi adiada, provavelmente para sábado, dia 2, em razão do estado de comoção da família.
Muito querido em todas as cinco cidades onde exercia a profissão, Júlio César era conhecido pelas boas relações e respeito às pessoas. “Os colegas estão todos sem acreditar. Era um cara que vivia para trabalhar, muito correto, direito. Não se envolvia com malandragens, não era um homem de exageros. Um cara sempre responsável”, afirmou Lula Teixeira, irmão da vítima.
VERSÕES – Inicialmente foi disseminada a tese de que a morte teria sido motivada também por vingança. Havia a suspeição de que um homem matou o médico pro ele ter orientado a denúncia de abuso sexual de uma criança, versão que também foi investigada pela polícia. O caso teria ocorrido em 2016, na cidade de Buritirama. O delegado disse que foi informado sobre a situação pela família do pediatra.
Na sequência das investigações e com a prisão dos suspeitos de realizar a logística de fuga e os quatro tiros que culminaram na morte de Júlio César, surgiu a versão do assédio praticado pelo pediatra. “Conforme apurado nas investigações, o mandante do homicídio alegou que a vítima teria cometido um suposto assédio a sua esposa e por esse motivo determinou a morte do médico”, disse o coordenador da 14ª Coorpin/Irecê, delegado Ernandes Reis Santos Júnior.
A tese confirmada pela polícia é contestada pela família e amigos que não acreditam neste desfecho. Lula Teixeira disse que a esposa do médico assassinado trabalhava como enfermeira e atuava com o marido nos atendimentos.
De acordo com as imagens que registram o momento do crime, a esposa do médico presenciou o assassinato do marido que ocorreu quando Júlio César fazia o segundo atendimento do dia. Além da mulher, dois funcionários e uma criança, que estava acompanhada por responsável, presenciaram o assassinato.
CONFIANÇA – O Delegado Ernandes Reis Santos Júnior, que coordena as investigações, goza de consolidada confiança da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, pelo seu histórico de crimes de elevado grau de complexidade resolvidos com uso de procedimentos científicos. Seu histórico às autoridades de segurança estadual a afirmar, para a sociedade, a versão concluída pelo Delegado.
Apesar disso, acredita-se que somente a prisão do mandante, que não teve sua identidade revelada até o momento, será capaz de elucidar o caso em definitivo.