– Qual o mistério que ronda o ex-ministro e oficial do Exército, Eduardo Pazuello e a sua ‘afilhada’, a arquiteta Larissa Denardin, que celebrou contratos sem licitação? –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Os corredores de Brasília e do Comando Militar estão fervendo com os mistérios que envolvem o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello e a sua protegida, a arquiteta que celebrou contratos sem licitação no Ministério da Saúde e no Exército. A indicação da “afilhada” do ex-ministro para um cargo financiado pela pasta que o general comandou por 10 meses do governo Bolsonaro virou um verdadeiro jogo de empurra. A arquiteta Larissa Denardin de Mesquita trabalha para a Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese) desde setembro de 2020. Começou na vaga pouco tempo depois que o oficial chegou ao comando do ministério. Lá, ela vem recebendo um salário de 8.000 reais por mês para atuar em um projeto contratado pela Saúde voltado a aperfeiçoar mecanismos de gestão em hospitais federais do Rio.
De acordo com investigação feita pelo portal Veja, que resultou em matéria veiculada nesta segunda-feira, 21, a condução de Larissa para o posto nessa entidade privada tem explicação. “Deu-se graças à estreita relação que Larissa construiu com Pazuello ao longo do tempo. A arquiteta, aliás, já foi beneficiada outras vezes pelo padrinho. Em 2013, por exemplo, Larissa conquistou contratos com o Exército justamente depois de Pazuello ter entrado em campo para assumi-la como afilhada. É o que revela uma troca de e-mails entre os dois a que VEJA teve acesso. Depois de Larissa reclamar ao amigo sobre as dificuldades para se habilitar no sistema e disputar o contrato, Pazuello escreveu: “Larissinha, o sinal aqui é uma m… As coisas só acontecem quando você tem um padrinho. No caso deve ser eu mesmo”.”, afirma a matéria assinada pelo jornalista Ricardo Chapola.
A matéria adianta que a Fepese nega que tenha sido a responsável pela seleção de Larissa. Segundo a fundação, o processo de escolha dos funcionários é uma incumbência do coordenador de cada projeto. A entidade afirma que apenas dá encaminhamento às contratações feitas a partir de uma lista de indicações que recebe dele. Já o coordenador do projeto em questão, o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Alberton, afirma que não participa do processo de seleção e que essa é uma função da Fepese.
Já no Ministério da Saúde, segunda a informação de Veja, conta-se que Larissa chegou à fundação pelas mãos de George Divério, ex-superintendente da pasta no Rio. Amigo de Pazuello, Divério foi demitido do cargo em maio deste ano, depois de se envolver na contratação irregular de empresas. Procurado, o ex-ministro não comentou o assunto.
Fonte: Veja