– A negativa bolsonarista ao Festival do Capão, fundamentada em conceito religioso e ideológico, sensibilizou o escritor Paulo Coelho e a sua esposa, a artista plástica Christina Oiticica, que resolveram patrocinar o festival, com apenas uma condicionante: que seja antifascista e pela democracia –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
A madrugada desta quarta-feira, 14, amanheceu mais feliz para o mundo das artes e da cultura, especialmente para os organizadores do Festival de Jazz do Capão, que acontece a mais de 10 anos. Sentidos com a censura promovida pelo secretário especial de Cultura do Governo Federal, Mário Frias Filho, ao festival, o casal Paulo Coelho e Christina Oiticica decidiu pagar as despesas do festival.
O anúncio ocorreu hoje, pelas redes sociais. Na postagem ilustrada com uma foto da dupla, Paulo Coelho pontuou: “a Fundação Coelho & Oiticica se oferece para cobrir os gastos do Festival do Capão, solicitados via Lei Rouanet (R$ 145,000) Entrem em contato via DM pedindo a alguém que sigo aqui que me transmita. Única condição: que seja antifascista e pela democracia”, anunciou o casal no Twitter do escritor.
ENTENDA O CASO
O Secretário Especial de Cultura, Mário Frias Filho, deu parecer negativo para que o festival captasse os recursos via Lei Rouanet.
A alegação de Frias foi que o festival tem caráter “ideológico” por ter divulgado em 1 de junho uma publicação nas redes se colocando como “antifascista e pela democracia”. “Não podemos aceitar o fascismo, o racismo e nenhuma forma de opressão e preconceito”, diz o post.
“Enquanto eu for secretário especial de cultura ela [cultura] será resgatada desse sequestro político e ideológico”, publicou o ex-ator de Malhação. Em parecer, a Secretaria negou acesso à Lei Rouanet ao Festival fazendo citações religiosas, versos em latin e dizendo que “A Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”.
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