– De acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira, 21, a China, que está desenvolvendo tecnologia de conversão do Dióxido de Carbônico em gasolina, produzindo mil toneladas anuais do produto –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Ao tempo que a violência da guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia, aniquila vidas humanas, desestrutura famílias e afeta nações inteiras, o conflito vai revelando a fragilidade de muitas nações, do ponto de vista econômico, científico e tecnológico.
O Brasil é um dos países que teve expostas as suas feridas no âmbito da ciência e tecnologia. Além do refino do petróleo, o País se mostra frágil na produção de fertilizantes para atender a demanda do setor agropecuário, apesar de ter muitas áreas, fora das comunidades indígenas, que poderiam atender toda a demanda do setor por mais de meio século.
Produtos como fécula de mandioca e milho, poderiam ser alternativas grandiosas ao trigo, produto do qual o Brasil é dependente da Argentina, Rússia e Ucrânia.
Portanto, investimentos no desenvolvimento de ciência e tecnologia são fundamentais para o País que deseja sua soberania. Logo, instituições de ensino técnico, médio e superior se tornam essenciais.
Esta semana a China deu mais um exemplo da importância dos investimentos na área da ciência e tecnologia, ao anunciar a marca de mil toneladas de gasolina produzida a partir da captação de Dióxido de Carbono.
De acordo com as informações oriundas do artigo Directly converting CO2 into a gasoline fuel, que fundamentou a matéria do portal clickpetroleoegas.com.br, a China está fabricando a primeira gasolina fruto da conversão de CO2, e sua unidade já produziu mil toneladas por ano. O combustível é totalmente neutro em carbono, pois é produzido pelo Dióxido de Carbono retirado do ar.
De acordo com a publicação, “uma equipe do Laboratório Nacional Dalian de energia limpa, na China, propôs há 5 anos uma técnica de hidrogenação de dióxido de carbono que permite produzir uma gasolina de CO2, um gás de efeito estufa, que após a revolução industrial tem cada vez mais se concentrado na atmosfera”.
A planta piloto completou um ano de testes, alcançando a marca de 1000 toneladas por ano do combustível produzido através do gás carbônico. De acordo com o coordenador da equipe que desenvolveu a tecnologia, o professor Sun Jian, “essa inovação marca uma nova fase da tecnologia de uso de recursos de gás carbônico no mundo e disponibiliza uma nova estratégia para atingir a meta de neutralidade de gases de efeito estufa.”
A hidrogenação de CO2 em combustível líquido e outros produtos químicos na China pode não apenas lidar com problema de dióxido de carbono excessivo na atmosfera como também tornar o armazenamento e o transporte de energia renovável mais simples.
Neste último caso, o processo pode ser alimentado com energias limpas intermitentes, como a energia solar e a energia eólica, utilizando uma bateria para alimentar ou gerar eletricidade para a rede quando não houver sol ou ventos.
Ingleses também avançam na produção de gasolina a partir de Co2
Cientistas da empresa inglesa Air Fuel Syntesis também afirmaram que conseguiram transformar o CO2 em combustível. Os cientistas recolhem o ar atmosférico através de tubulações, reagindo com o hidróxido de sódio para que o gás carbônico seja separado.
Ao passar corrente elétrica pelo CO2, ele é quebrado e transformado em carbono que, por sua vez, é colocado para reagir com o gás hidrogênio que veio da eletrólise da água, um processo em que uma corrente elétrica passa pela água levando à sua decomposição, ou seja, à separação dos gases presentes nela. Outra razão que fomenta a transformação de poluição em combustível é o fato de que os combustíveis fósseis não são renováveis e geram poluição não só em sua queima, mas também em sua produção.
Com a nova descoberta dessa tecnologia da conversão de CO2, isso não aconteceria, pois embora sua utilização libere o gás, no seu processo de produção o mesmo é retirado da atmosfera.