DA REDAÇÃO | Cultura&Realidade, Colunista Diogeano Marcelo de Lima
Vamos falar sobre comédia? Dar uma pequena pausa nos filmes de dramas e de suspense, pelo menos por esta semana, já basta o drama diário que passamos e todas as incertezas advindas de uma pandemia que imaginávamos que passaria rapidinho, até imaginávamos que daria tempo de pegarmos as festas de São João de 2020, doce ilusão…
Não sei se já perceberam mas, o gênero COMÉDIA tem ficado extremamente escasso de boas produções, existem de fato uma quantidade enorme de filmes lançados todos os anos de comédias românticas, comédias pastelões, besteróis de todo tipo mas poucos têm conseguido o objetivo principal que é nos fazer rir, no máximo são uma boa distração no fim de noite, no entanto, de tantos clichês que os tornam cansativamente previsíveis e piadas batidas são facilmente esquecíveis o que podem ser até poderia ser comparado a um fast-food se não tivessem a duração mínima de uma hora e meia e nos causasse a sensação no final de tempo perdido.
Em rápida pesquisa, descobri que, essa escassez de boas comédias é devido à arregimentação de atores e roteiristas para trabalharem exclusivamente em séries e também a própria opção de Hollywood de em vez de criar filmes típicos de comédia, apenas inserir cenas cômicas no meio de algumas produções, como se tornou comum, por exemplo, nos filmes da Marvel.
Em meio a isso tudo, é possível encontrar um ou outro filme que vale o tempo gasto assistindo e acima de tudo, nos tirar boas gargalhadas, é nesse sentido que Festival Eurovision da Canção: a Saga de Sigrit e Lars, produção original da Netflix, narra a história de Sigrit (Rachel McAdams) e Lars (Will Ferrell), uma dupla de cantores Islandeses que foram a Fire Saga e embora nunca tenham feito sucesso algum, se limitando apenas a tocar em bares de sua cidadezinha pesqueira Húsavik.
Apesar do desconhecimento da própria falta de talento, o sonho de Lars desde criançaé representar a Islândia no maior festival musical da Europa e acima de tudo vencer o EuroVisio, e para esta missão ela conta com a fé inabalável da sua inseparável parceira Sigrit,que embarca nessa aventura junto com Lars mesmo enfrentando a descrença da própria família, dos vizinhos, dos amigos, dos conhecidos e dos próprios organizadores do evento EuroVision.
A verdade é que uma série de golpes de sorte (e desastrosos também) possibilitaram a Fire Saga chegar ao EuroVision, e entre tantas as cenas cômicas percebemos conflitos que destacam tanto o redescobrimento dos próprios personagens quanto o seu amadurecimento além de tocar, ainda que superficialmente, por temas polêmicos, o que demonstra que, apesar de ser uma comédia do tipo besteirol pelo tipo de piada que emprega, não é vazia e sem sentido, podendo aplicar lições práticas através do aprendizado dos personagens centrais do filme.
Além do mais, estamos falando de um filme de comédia sobre um concurso musical internacional, logo existe uma exuberante trilha sonora que conta com apresentações do mais pirotécnico ao mais cafona possível o que possibilita divertir e encantar, afastando qualquer noção de mesmice ou de tédio.
Só uma última curiosidade, o EuroVision é de fato um festival real e serviu de inspiração para o este filme da Netflix, mas, longe de ser uma sátira, está mais para uma homenagem, e com certeza é uma ótima indicação para quem busca uma comédia leve e divertida para assistir próxima vez que precisar rir bastante!