– Abatedouro fechado em Xique-Xique e uma tonelada de carnes apreendidas em Irecê, causaram prejuízos e preocupações aos componentes da cadeia dos produtos de origem animal da região de Irecê –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Mediar o diálogo para celebrar compromissos visando a regularização sanitária para o abate e comercialização de carnes e seus derivados, no município de Irecê, foi o objetivo central do encontro realizado pela Secretaria de Governo do município, em parceria com a Agência de Defesa Animal – ADAB, ocorrido na tarde desta segunda-feira, 14, na área verde da Secretaria de Educação.
A iniciativa foi reflexo das ações fiscalizatórias da ADAB na região, atendendo recomendações do Ministério Público Estadual, com o intuito de desestimular o abate de animais e comercialização dos produtos de origem animal sem inspeção sanitária, que resultou em apreensão de mais de uma tonelada de alimentos apenas na cidade de Irecê e interdição de um matadouro em Xique-Xique, por se encontrar funcionando de modo irregular e com uso de métodos que causam maus-tratos aos animais.
Após a abertura dos trabalhos pelo secretário de governo do município, Alan Franca, o Chefe da Inspeção estadual da Agência de Defesa Animal, José Ramos, concedeu uma palestra sobre a importância, necessidade e obrigação legal na prevenção à saúde pública, a partir do cumprimento das portarias que regulamentam o abate de animais e comercialização de produtos de origem animal.
Ramos reforçou a necessidade da prevenção usando como base a Pandemia provocada pelo Coronavírus. “Temos de ter muito cuidado, a responsabilidade de todos nós é muito grande, pois a negligência das autoridades sanitárias, na China, sobre a segurança alimentar, resultou que alguém consumiu alimento contaminado e as pessoas afetadas deram origem à infestação que abalou todo o mundo e está matando milhões de pessoas em vários países inclusive nossos amigos, familiares e vizinhos”, disse o fiscal da Adab.
Os comerciantes de carnes e magarefes que se fizeram presentes deixaram claro que não se opõem à fiscalização, mas ao método e oportunidades de ajustes. A presidente da Associação de Comerciantes de Carnes da Região de Irecê, Leildes Figueiredo, destacou que “nós oferecemos produtos de qualidade, seguimos os cuidados sanitários, apenas precisamos regulamentar. Não havia necessidade de medidas tão duras de apreensões, uma vez que os produtos se encontravam com qualidade para o consumo. Em tempos de crise como a que estamos enfrentando, este prejuízo poderia ter sido evitado, a partir de notificações prévias”, disse.
O presidente do Sindicato Rural, João Gonçalves, contextualizou o processo histórico do controle das autoridades quanto ao cumprimento das normas sanitárias, destacando a sua importância e ressaltou que, uma vez que não havia focos de doenças em razão dos produtos consumidos e que não havia nenhum indicativo de que, tecnicamente estavam inviabilizados, não haveria necessidade das apreensões, uma vez que a ideia era levar ao diálogo para os ajustes necessários visando a efetivação da regularidade sanitária desejada.
Por fim, o sindicalista sugeriu que a municipalidade fizesse um esforço, juntamente com a Adab, Ministério Público e empreendedores da cadeia dos produtos de origem animal, para a realização de uma campanha educativa, de modo a estabelecer a cultura do consumo de produtos de origem sanitária capaz de estabelecer a segurança alimentar.
Após debate sobre os diversos temas expostos, foi aprovada a minuta de um Termo de Notificação, envolvendo toda a cadeia de produtos de origem animal, poder público municipal e a ADAB, como ponto de partida para um Termo de Ajuste de Conduta com o Ministério Público Estadual, cujos termos serão divulgados depois de assinado pelas partes interessadas.
PARTIPAÇÕES: ADAB, CDL, Associação de Comerciantes de Carnes, Sindicato Rural, Frinordeste, comissão de açougueiros e Prefeitura de Irecê, por meio das secretarias de governo, indústria e comércio, agricultura e meio ambiente.