– Após a sua reeleição para a presidência do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco faz um duro discurso em defesa da democracia, condena atos antidemocráticos como o ocorrido no “8 de janeiro”, elenca posturas políticas que devem ser combatidas e homenageia o senador baiano Otto Alencar, a quem chamou de líder com “L” maiúsculo –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Com 49 votos (60,4%), contra 32 (39,6%) dados a Rogério Marinho (PL-RN), acaba de ser reeleito o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a presidência do Senado, logo, também, do Congresso Nacional. Eduardo Girão (PODEMOS-CE), que chegou a pleitear o cargo, não teve nem o próprio voto.
A apuração dos votos foi emocionante no início, seguindo disputada até o 15º sufrágio dado a Pacheco, com os dois postulantes se alternando na dianteira.
A partir de então, Rodrigo tomou a dianteira e seguiu até o final da contagem, sendo bastante aplaudido e cumprimentado pelos demais senadores.
Após o anúncio do resultado, o Pacheco reassumiu o comando da Mesa do Senado e fez o seu pronunciamento, agradecendo a confiança dos senadores que lhe dedicaram o escrutínio e confirmou a sua vocação democrata, afirmando que manterá a defesa da democracia como maior patrimônio do País, na prospecção do desenvolvimento e bem-estar social.
Veja alguns trechos da sua fala, onde homenageia o senador baiano Otto Alencar.
“Senhoras senadoras e senhores senadores! Brasileiras, brasileiros, gostaria, em primeiro lugar, de expressar minha sincera gratidão aos meus pares que me confiaram a missão de presidir o Senado Federal e o Congresso Nacional. Exercer esta alta incumbência, de presidir um dos poderes da república, é um cargo que me honra e me desafia. Novamente assumo a presidência deste Senado Federal e o Congresso Nacional, com humildade, responsabilidade e comprometimento. Buscarei sempre desempenhar este papel em obediência à Constituição Federal, o nosso ordenamento jurídico e o regimento interno desta casa”, disse.
Em seguida ele destacou o seu Estado, Minas Gerais, falando das suas características, relativizando-as com o Brasil.
Pacheco seguiu em defesa do Estado Democrático de Direito. “As disputas democráticas robustecem as instituições, fortalecem a democracia e favorecem ao diálogo. Diante disso, cumprimento a Rogério Marinho a quem rendo minhas homenagens pela disputa travada. A essência da democracia deve ser esta, solucionar disputas e fazer as divergências pacificamente. Igualmente rendo minha gratidão e homenagens ao senador Eduardo Girão, meu colega nos últimos 4 anos”.
Ele chamou a atenção para a necessidade de pacificação nacional. “Como venho dizendo há algum tempo, desde 2021, o Brasil precisa mesmo de pacificação. Os poderes da república precisam trabalhar em harmonia, buscando o consenso pelo diálogo. Os entes federativos devem atuar de modo sincronizado, trabalhando para que as políticas públicas possam chegar à população. O senado federal também precisa de pacificação, para bem desempenhar suas funções de legislar e fiscalizar. Os interesses do País estão além e acima de questões partidárias e nós, senadores e senadoras precisamos nos unir pelo Brasil”, conclamou.
O presidente reeleito do Senado ressaltou a necessidade de combater as práticas antidemocráticas e citou uma a uma, todas aquelas que vem sendo operadas no Brasil. “A realidade do momento nos impõe um alerta. A pacificação não significa omissão ou leniência. Pacificação não é inflamar população com narrativas inverídicas. Tão pouco com soluções aparentes que na verdade geram instabilidade institucional. Pacificação não significa se calar diante de atos antidemocráticos. Pacificação é buscar a cooperação. Pacificação é lutar pela verdade. Pacificação é abandonar o discurso do nós contra eles. É entender que o Brasil é imenso e diverso. Mas o Brasil é um só. Pacificação, enfim, é estar do lado certo da história. O lado que defende o Brasil e o povo brasileiro. Pra isso a polarização tóxica precisa ser definitivamente erradicada do nosso País”, alertou.
Ele também condenou os atos do 8 de janeiro. “Acontecimentos como os ocorridos aqui, neste Congresso Nacional e na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, não podem e não vão se repetir. Os brasileiros precisam voltar a divergir civilizadamente, precisam reconhecer com absoluta sobriedade, quando derrotados e precisam respeitar a autoridade das instituições públicas. Só há ordem se assim o fizerem, só há patriotismo, se assim o fizerem. Só há humanidade, se assim o fizerem. O papel de incentivar esta postura deve ser assumido primordialmente pelas lideranças políticas brasileiras, por todas as lideranças políticas brasileiras”, responsabilizou.
Continuando, ele disse que “o discurso de ódio, o discurso da mentira, o discurso golpista, que aflige e afasta a democracia, deve ser desestimulado, desmentido, combatido, por todos nós, sem exceções. Lideranças politicas que tem compromisso com o futuro do Brasil, sabem disso. Lideranças políticas que possuem compromisso com o futuro do brasil, não podem se omitir neste momento. O enfrentamento á desinformação, deve ser claro, assertivo, direto. Só assim vamos vencer a cultura do ódio, que nos divide e que nos enfraquece” disse Rodrigo Pacheco.
O discurso na íntegra, pode ser acessado na página oficial do Senado.