Da Redação – Meio
O avanço da variante ômicron no Brasil está deixando os serviços de saúde perigosamente perto do colapso. Segundo dados da Fiocruz, oito estados e o Distrito Federal estão com a ocupação de UTIs para covid-19 em situação crítica, acima de 80%. O pior cenário é no Mato Grosso do Sul, com 103%, ou seja, há mais pacientes do que leitos. (UOL)
E o número de mortes não para de crescer. Ontem foram registrados, segundo o consórcio de veículos de comunicação, 917 óbitos, o que leva a média móvel a 689, a maior desde 26 de agosto do ano passado. Em relação aos 14 dias anteriores, houve uma alta de 168%, bem acima da subida de 58% registrada na média de novos casos. Mais 286.050 novas infecções foram computadas, com média de 188.116 por dia em uma semana. (g1)
Mesmo diante desse cenário, o Ministério da Saúde criou um mecanismo para dificultar a vacinação de crianças, como conta Malu Gaspar. Trata-se de um atestado de “contraindicações relativas”. Na avaliação de especialistas, por ser genérico, o atestado permite aos pais alegarem qualquer justificativa para não vacinar seus filhos. Pela lei, só a Anvisa pode estabelecer contraindicações para medicamentos, incluindo vacinas. (Globo)
Então… Em quinze dias de campanha, o Brasil teria capacidade para imunizar 75% deste público entre 5 e 11 anos. Mas aplicou a primeira dose em apenas 10%. Um dos motivos é a campanha de desinformação estabelecida com apoio nada discreto do governo federal. Mas também faltam imunizantes. Até esta terça-feira, 8 milhões de doses haviam sido distribuídas para vacinar as 20 milhões de crianças. (Estadão)
E o MPF recomendou ontem que o Ministério da Saúde revogue a nota técnica e a portaria assinadas pelo secretário Hélio Angotti Neto atestando a eficácia do kit-covid e contestando a das vacinas. Os documentos contrariam as conclusões da comunidade científica e a própria área técnica do ministério. (Metrópoles)
Enquanto isso… O diretor da OMS na Europa, Hans Kluge, disse que o continente está entrando num “cessar-fogo” da pandemia que pode se converter em “paz duradoura”. Para isso, afirma, é preciso “consolidar e preservar a imunidade mantendo a vacinação e reforço”.