– Mortandade de abelhas em larga escala na região Norte da Bahia, forçou apicultores a acionarem a Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adab), que já está em campo para investigar o caso. As primeiras análises laboratoriais de abelhas mortas identificaram a presença de moléculas de Fipronil –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade*
Após a notificação sobre a mortandade de abelhas nos municípios baianos de Ribeira do Pombal, Nova Soure e Cipó, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adab) enviou, nesta semana, médicos veterinários especialistas em apicultura e engenheiros agrônomos responsáveis pela fiscalização do uso de agrotóxicos para a região. Os técnicos já estão em campo para avaliar os danos aos apicultores e às criações. Coordenando as ações, o diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Vinícios Videira, acompanhou as equipes para garantir o cumprimento da legislação vigente, estimular a agricultura sustentável e coibir o uso indiscriminado dos agrotóxicos.
Durante a semana ele realizou também reuniões com o presidente da Cooperativa de Apicultores de Ribeira do Pombal (COOARP), José Carlos, representantes da Associação dos Apicultores de Cipó (APISCI), com o legislativo municipal, Secretaria Municipal de Agricultura e Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ribeira do Pombal para definir estratégias de mitigação de risco às abelhas em consequência do uso de agrotóxicos em pastos apícolas e em áreas próximas aos apiários, permitindo a proteção da saúde das abelhas e das colmeias. O tema vem sendo acompanhado também pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). Portanto, a Adab e o MP-BA estão atuando em conjunto para determinar os próximos passos e estabelecer estratégias de ação.
Ações e Infração
A gerência territorial de Defesa Agropecuária localizada no município de Ribeira do Pombal, Território de Identidade Semiárido Nordeste II, procedeu imediatamente com medidas necessárias ao atendimento da demanda a partir do acompanhamento da situação in loco. Eles acompanharam e orientaram os apicultores a coletarem amostras de abelhas mortas, cera e mel presentes nas colmeias dos apiários atingidos, assim como amostras de solo. As primeiras análises laboratoriais de abelhas mortas identificaram a presença de moléculas de Fipronil. “Entretanto, estamos aguardando os resultados das demais análises laboratoriais de abelhas mortas, cera, mel e solo”, esclarece a Coordenadora do Programa de Sanidade das Abelhas, Rejane Noronha que também integra a equipe de atendimento in loco.
O produtor infrator pode ser autuado pela Adab com base no Decreto nº 6.033 de 06 de dezembro de 1996 que regulamenta a Lei nº. 6.455, de 25 de Janeiro de 1993, bem como pelo Decreto 11.414 de 27 de Janeiro de 2009 alterado pelo Decreto 20.147 de 15 de Dezembro de 2020 que regulamenta a Lei 10.434, de 22 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a Defesa Sanitária Vegetal no território do Estado da Bahia e prevê sanções que vão desde a advertência, passando por multas e interdição da propriedade.
FIPRONIL
Atua no sistema nervoso central diretamente no receptor-GABA (ácido gama aminobutírico) responsável pela inibição da atividade neural o que previne o estímulo excessivo dos nervos. O fipronil inibe este receptor causando hiperexcitação neural levando a morte do inseto (Coutinho,2005).
A exposição aguda ao fipronil pode causar efeitos no sistema nervoso central. Sintomas neurológicos foram confirmados em casos de intoxicação em humanos após a ingestão da substância.
*Com conteúdo extraído do site oficial da Adab