– Mais uma vez a APLB, que representa os professores da rede pública, se manifesta publicamente reclamando que o prefeito de Irecê, Elmo Vaz, não dialoga com a categoria e que “é a pior gestão no trato com a entidade de classe –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Em nova nota pública, postada na sua página eletrônica nas redes sociais, nesta quarta-feira, 10, a APLB/Sindicato renovou sua insatisfação com o distanciamento e falto de interação com a gestão, sobre temas de interesse da categoria. “É o penúltimo mês do ano de 2021 e a APLB/Sindicato, entidade que representa a categoria de Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação da Rede Pública não teve a oportunidade de realizar sequer, uma audiência com o gestor municipal de Irecê para tratar de assuntos cruciais, apesar dos vários ofícios encaminhados ao gabinete do prefeito”, inicia a nota.
Sobre a criação da comissão para acompanhamento da aplicação do Plano de Cargos e Salários do Magistério, a APLB diz que chegou a ser criada, mas não teve oportunidade de atuar. “No primeiro mandato do atual gestor esta comissão sequer foi instalada, algo que não ocorreu em nenhuma das gestões anteriores desde quando o plano de carreira foi elaborado. Agora no seu segundo mandato, após cobrança do sindicato, o decreto foi baixado instalando a referida comissão, porém a mesma está sem funcionamento e todas as medidas tomadas na Rede que tem implicação no plano de carreira correm à revelia”, informa.
Irregularidades, investimentos em formações injustificados, atitudes ditatoriais de agente do governo e calote eleitoral, também estão apontados pela representação dos professores. De acordo com a nota, o município executa irregularmente a lei 894/2011, que dispõe sobre o Plano de Cargos e Salários dos professores e o governo tem se revelado o pior para a categoria. “Lamentavelmente essa gestão tem sido a pior no trato com a categoria e sua entidade de classe”, concluiu a nota, que segue publicada na íntegra, abaixo.
Procurado pelo site Cultura&Realidade, para falar sobre o assunto, o secretário Agnaldo Freitas preferiu não se manifestar no momento. “Por enquanto não me pronunciarei!!!”, disse.
NOTA DA APLB/SINDICATO – Delegacia do Feijão – Irecê
PREFEITO, A AUSÊNCIA DE DIÁLOGO COM A ENTIDADE É UM ACINTE À CATEGORIA DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS EM EDUCAÇÃO.
É o penúltimo mês do ano de 2021 e a APLB/Sindicato, entidade que representa a categoria de Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação da Rede Pública não teve a oportunidade de realizar sequer, uma audiência com o gestor municipal de Irecê para tratar de assuntos cruciais, apesar dos vários ofícios encaminhados ao gabinete do prefeito.
• Comissão de acompanhamento da aplicabilidade do plano de carreira assegurado pelo artigo 109 da lei Nº 894/2011.
No primeiro mandato do atual gestor esta comissão sequer foi instalada, algo que não ocorreu em nenhuma das gestões anteriores desde quando o plano de carreira foi elaborado. Agora no seu segundo mandato, após cobrança do sindicato, o decreto foi baixado instalando a referida comissão, porém a mesma está sem funcionamento e todas as medidas tomadas na Rede que tem implicação no plano de carreira correm à revelia;
• Mudança de nível – esse direito está sendo negado desde o primeiro mandato desta gestão apesar de ser direito automático previsto na lei 894/11 no seu artigo 67, parágrafo único.
Tem alguns profissionais com requerimento protocolado há mais de 04 anos. Essa situação está gerando muita inquietação aos e as profissionais e um passivo alto para o município, pois se trata de direito adquirido e terá que ser pago. Depois de uma longa busca sem solução alguns e algumas servidores/as moveram ação através do jurídico da APLB e aguardam desfecho judicial, enquanto outros/as preferiram esperar negociação que até o momento não aconteceu;
• Eleição para dirigentes escolares – Está garantida na lei 895/11, que institui o Estatuto do Magistério Público Municipal, no seu artigo 73, parágrafo único e, no entanto, não é respeitado.
Apesar de ter sido bandeira da campanha eleitoral que consagrou o primeiro mandato do atual gestor e que em debate eleitoral promovido pela entidade assumiu o compromisso de efetivar, caso fosse eleito, o mesmo segue com o segundo mandato e não demonstra interesse em garantir. Enquanto isso segue o mecanismo da indicação para compor a função de direção das unidades de ensino, alterando ao bel prazer no momento que convém à gestão;
• Campanha salarial – Mesmo sendo um ano bastante difícil para a categoria que desde o início da pandemia do Corona vírus teve que investir em estrutura para desenvolver as atividades educacionais no formato remoto, não houve o mínimo esforço e sensibilidade por parte da gestão para sentar com a entidade e discutir ao menos o repasse da inflação em 2021, haja vista o não reajuste do piso do magistério.
Com relação aos e as profissionais atendentes de classe, que tem um diferencial de dez reais em relação ao salário mínimo, pela primeira vez, esse direito foi desrespeitado.
A entidade cobrou em documento, inclusive com retroatividade ao mês de janeiro, mas até o momento, sem êxito;
• Reserva Técnica – foi aplicada de forma não condizente com o que reza a lei, sem o devido estudo e planejamento, trazendo fortes impactos, inclusive a retirada brusca de 20% da remuneração de parte significativa da categoria ( professores e professoras do Ensino Infantil e Fundamental I). A entidade apresentou uma orientação/sugestão para que pudesse garantir a aplicabilidade desse instituto da carreira respeitando o instrumento legal, mas não foi ouvida, sendo que agora tem se a necessidade de rever todo o processo. Tal situação gerou uma representação, por parte do Sindicato junto ao Ministério Público e uma ação judicial relacionada à diminuição da remuneração em 20%. Em reunião com a SEC a APLB esclareceu mais uma vez sobre o verdadeiro conceito de Reserva Técnica e solicitou todos os dados necessários para apresentar uma proposição, após passar pelo crivo da categoria, visando a implantação de forma legal deste componente da Carreira docente;
• Formação – a entidade defende que os convênios sejam feitos com as instituições públicas.
Têm ocorrido diversas mudanças na Rede que causam preocupação, uma vez que o município não consegue arcar com os direitos da categoria garantidos em lei, como podem implantar medidas que aumentam os custos sem um devido planejamento, considerando o estudo que vinha sendo feito desde 2016;
• Precatório do FUNDEF – Tem sido longo o caminho percorrido pela categoria, coordenado pela entidade e sua assessoria jurídica. Com diversas atividades realizadas (muitas reuniões, assembleias, audiências públicas, etc), a caminhada vem sendo construída visando garantir o instrumento legal que respalde a administração e ao mesmo tempo respeite o direito da categoria. Todo o esforço neste processo resultou em uma lei aprovada pela Câmara Municipal assegurando o direito, mas a atitude do prefeito foi de descaso total ao assunto, não demonstrou nenhuma vontade política e além de vetar a lei, no curso da caminhada membro da gestão agiu ditatorialmente retirando outdoors da cidade que compunham o conjunto de peças da campanha encampada pela APLB/Sindicato e toda a categoria, em prol do precatório no que tange ao percentual destinado aos e as profissionais do magistério.
E como se não bastasse, o gestor está gastando o recurso da primeira parcela que chegou ao município adentrando aos 60% dos e das profissionais de educação antes mesmo de um desfecho das ações que ora tramitam. Esse posicionamento só reforça a falta de vontade política para fazer valer o direito da categoria.
Enquanto em alguns municípios da Bahia os gestores têm sentado com a APLB buscando encontrar os mecanismos legais para pagar o precatório à categoria, o gestor do município de Irecê segue fechado a qualquer discussão sobre o assunto.
• Relatório dos gastos dos recursos do FUNDEB/2020
O sindicato solicitou em documento encaminhado em janeiro.
Solicitamos com base no artigo 121 da Lei 894 de março de 2011 e do artigo 126 da Lei 895 de março de 2011 o relatório de gastos detalhado, assim como o planejamento e a aplicação dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEB referente ao exercício de 2020.
Muitas mudanças vêm ocorrendo na Rede Municipal de Irecê e com a ausência do diálogo, muitas são as preocupações. A categoria precisa de esclarecimentos, através da sua entidade representativa. Se o município não consegue arcar com os direitos assegurados em lei, como pode implantar medidas de forma unilateral que aumentam os custos de funcionamento da Rede?
Lamentavelmente essa gestão tem sido a pior no trato com a categoria e sua entidade de classe.