– O sistema público de ensino do Território de Irecê tem potencial para promover, anualmente, mais de 21 mil jovens aptos às formações técnica e de nível superior, porém, são ofertadas apenas 320 vagas no Sistema Público de Ensino, ou seja, pouco mais que 1,5% da demanda –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade, por Edimário Machado
O Território de Identidade de Irecê, com 20 municípios, população com quase meio milhão de pessoas, com mais de 40.000 propriedades da agricultura familiar, já consegue visualizar o grande salto que poderemos dar, gerando ocupação e renda e produzindo alimentos saudáveis para o consumo dos brasileiros e, por que não, para atender demandas externas.
Precisamos investir na capacitação de nossos produtores e produtoras rurais, notadamente as gerações que estão chegando e que dependem da atratividade no campo, da industrialização nas cadeias produtivas e de remuneração justa da produção.
Por outro lado, chegam ao Território grandes investimentos em mineração, energia eólica e solar e agricultura irrigada. Contudo, a mão de obra com melhor remuneração é gente que vem de fora, sobrando para nosso Território os postos de menor remuneração, situação que precisa ser mudada.
Além de expressivos investimentos públicos, o Território depende fortemente de um sistema educacional que oferte cursos técnicos, de graduação e de pós-graduação, conjugados com nossa vocação de desenvolvimento econômico e social, sem perder de vista as oportunidades que já estão chegando com a economia de baixo carbono.
E a nossa vocação, com perto de 50.000 famílias de agricultores e agricultoras familiares, com certeza não é, majoritariamente, a produção de comodities, o que pode ser feito, claro, em oportunidades pontuais, especialmente no Baixio de Irecê, projeto que, embora gerando seríssimas preocupações ambientais, tem recebido atenção governamental com a promoção de investimentos estruturantes há cerca de 70 anos e, no momento, está atraindo investidores privados.
Temos carências em áreas como mecanização agrícola sustentável, recuperação de áreas degradadas, tecnologia da informação, manutenção em sistemas de energia eólica e solar, e muitas outras áreas, como as diferentes cadeias produtivas de alimentos, vegetal e animal.
Espera-se que a decisão de ampliar suas atividades, anunciada em audiência pública pelo IF Baiano, Campus de Xique-Xique, e que a chegada do Centro de Formação Profissional Rural do Senar, por meio do SINPRI – Sindicato dos Produtores Rurais da Região de Irecê, prevista para o ano que vem, possam amenizar o déficit formativo existente.
Que as demais instituições, UNEB, IFBA e CETEP possam ampliar suas ofertas de cursos, aumentando as possibilidades formativas públicas, gratuitas e de qualidade, que atendam às famílias do Território de Identidade de Irecê, de modo que estas não percam as oportunidades de ocupação qualificada, geração de renda e conservação ambiental, maximizando o importante diferencial competitivo de nosso Território, que é, indiscutivelmente, a agricultura familiar.