– Na era da Tecnologia da Informação, as fake news ganharam ares de novidade, tamanha a disseminação e impactos do uso da desinformação como estratégia política, chegando a um universo muito grande pessoas em raios de segundos. Mas, porém, são práticas antigas, especialmente em tempos de guerras… leia-se quaisquer formas de disputa de poder –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade, por Josiel Barros*
“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Joseph Goebbels
A frase acima é atribuída a Goebbels, braço direito de Hitler e ela sofreu de uma limitação própria do seu tempo: A velocidade na transmissão da mensagem. Na segunda guerra mundial uma notícia levava dias até chegar ao destinatário e outro tempo para produzir os resultados desejados. Mesmo assim, o ministro da propaganda alemã apostava no poder da informação (e da desinformação) independentemente da sua veracidade.
Outro personagem histórico que acreditou na força das fake news foi o sanguinário Nero, imperador romano. Segundo relatos históricos ele forjou um incêndio em Roma, capital do império, para, culpando os cristãos, legalizar a perseguição religiosa. No dia 18 de julho de 64 d.C “compartilhou” a notícia falsa e “curtiu” as chamas enquanto tocava a sua lira. Na oportunidade 70% da cidade foi dizimada pelo fogo.
Como vimos, notícias falsas existem e foram fabricadas desde os tempos mais remotos. Estiveram presentes em muitas das atividades humanas: guerras foram travadas, reinos conquistados e religiões estabelecidas. As fake news é produto do homem.
De lá pra cá, o mundo evoluiu e as notícias ganharam força e velocidade. A tecnologia do aparelho celular, a internet e as redes sociais revolucionaram a comunicação e abriram espaço para a disseminação de notícias absolutamente duvidosas quanto à sua veracidade.
Como combater as fake news numa sociedade aberta e democrática que preza pela livre circulação de ideias e a liberdade de expressão? Esse é o grande desafio a ser encarado.
A preocupação chegou ao STF-Supremo Tribunal Federal que cobra posicionamento do legislativo e também no Governo Federal que encampa projeto de lei, intitulado Lei das fake news. Esse projeto patina no congresso e recebe forte oposição. Muitos congressistas temem que a legislação a ser criada sirva mais de perseguição política do que combate à desinformação. Eles afirmam que o texto apresentado pelo relator Orlando Silva, transforma o PL em censura e tem objetivo de calar desafetos. “É implantar regime de restrição à liberdade de expressão garantida pela Constituição”, afirma o deputado Nikolas Ferreira.
Agências de checagens se proliferam, buscando encontrar a verdade das divulgações suspeitas e até as plataformas digitais como o Twitter e o Youtube estão implantando mecanismos de verificação das informações.
Mas dada à complexidade do ser humano e a celeridade de novas tecnologias, dificilmente se terá controle sob falas e atos de milhões de pessoas. Os regimes democráticos terão de conviver com tais distorções, aplicando as leis quando houver crime e combatendo notícias falsas com mais liberdade de expressão.
Fontes: Agência da Hora/UFSM, Veja/Abril, G1/Globo
O SITE CULTURA&REALIDADE ADVERTE: EVITE FAKE NEWS