– Em pleno século XXI o esporte é manchado por episódios de racismo, contra jogadores negros que atuam especialmente na modalidade do futebol… é preciso estabelecer ‘tolerância zero’ –
PONTO DE VISTA I Cultura&Realidade, por Josiel Barros*
Os episódios de racismo recrudescem nesse esporte mesmo com as campanhas de conscientização desenvolvidas pelas ligas esportivas. Estádios inteiros se põem a gritar a jogadores adversários com adjetivos depreciativos. O mais usual é denominar os jogadores dos times adversários de macacos.
Acontece em todo o mundo, mas, de forma recorrente por toda a Europa. Jogadores brasileiros e também africanos têm sido vítimas de racismo e xenofobia com expresso assédio moral. Exemplo disso do brasileiro Vinicius Junior, do Real Madri e do nigeriano Samuel Chukwueeze, do Villareal, ambos os jogadores de times espanhóis.
O caso do brasileiro é mais preocupante por ser recorrente e de maior volume de ofensas. Por mais de dez vezes, em partidas oficiais, o Vini Junior como é carinhosamente chamado, tem sido xingado por milhares de torcedores que na insanidade coletiva não dão mostras de temer alguma ação por parte dos organizadores dos certames.
Esses casos são recentes, mas o histórico do racismo no futebol é antigo. Jogadores como Roberto Carlos do próprio Real Madri, Samuel Etô, Daniel Alves e Neymar do Barcelona forma vítimas desses mesmos insultos.
Mas por que essas transgressões são praticadas e até aceitas por muitos torcedores, clubes e até ligas futebolísticas?
As razões são muitas e, entre elas se destacam o racismo estrutural, os interesses econômicos e inércia dos dirigentes na aplicação das normas inibidoras. Por certo, regulamentos mais rígidos, responsabilização dos clubes, punição dos infratores inclusive com medidas judiciais atenuariam, em muito, os incidentes como vistos recentemente.
Cobranças de todo o mundo tem chegado as ligas esportivas europeias que cobram dos seus dirigentes uma resposta à altura. A FIFA-Federação Internacional de Futebol e UEFA – União de Federações Europeias de Futebol ao longo da última década têm alterado regulamentos para contemplar punições mais severas que vão da suspensão de torcedores em estádios, multa e até banimento dos infratores à frequência de partidas futebolísticas.
Como afirmou Hurt Wachter, ex-coordenador da rede contra o racismo na Europa: “Tem de ser implantada a política de tolerância zero contra o racismo” e só assim esse mal será extirpado.
COCCETRONE, Gabriel. Lei em Campo, 180123 . Disponível em: https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2023/03/10/racismo-no-futebol-europeu-novos-casos-e-pouca-responsabilizacao.ghtml Acesso em: 180123.
LOIS, Rodrigo. Racismo no futebol europeu: novos casos e pouca responsabilização. 100323. Disponível em: https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2023/03/10/racismo-no-futebol-europeu-novos-casos-e-pouca-responsabilizacao.ghtml Acesso em 100323.