FILIPE CORRE O RISCO DE NÃO PARTICIPAR DO EVENTO POR FALTA DE RECURSOS
– O Mestre de engenharia industrial, Filipe Cardoso, teve aprovado, pela organização de um evento internacional promovido pela Hainan University, China, projeto que prevê otimização industrial, o qual poderá ser premiado, mas falta-lhe recursos para registrar a sua proposta e o evento já é em abril –
DA REDAÇÃO I Cultura&Realidade
Você entra na rede social dele e logo se depara com uma capa da 5ª edição de ‘Álgebra Moderna’ e, mais adiante, uma fórmula que ele afirma ser a próxima tatuagem. Paixão pela matemática e o ambiente frio dos cálculos em busca de respostas que o mundo das engenharias busca oferecer à sociedade, como pontes para melhoria dos mecanismos que norteiam os mais diferentes interesses. Este é o universo do Mestre no ramo da engenharia industrial, Filipe Cardoso de Oliveira.
Natural de Irecê, 29 anos, ele investe sua rotina na construção do conhecimento. Suas pesquisas versam sobre a otimização dos sistemas de produção, visando a ampliação da produtividade com menor uso do tempo, equipamentos e energia, o que favorece ao meio ambiente e possibilidades de redução dos preços ao consumidor final.
Em 2018 Filipe teve um projeto aprovado para apresentação em Cuba. Sua participação foi patrocinada pela Universidade Otto Von Guericke, da Alemanha. Em Havana, ele defendeu “métodos numéricos para solução de equações diferenciais parciais aplicados a problemas reais de Mecânica dos Fluidos e Análise de Estruturas Estáticas”. Hã!? “É difícil explicar!”.
Desenhando. Em uma situação de caso concreto, onde se aplica a seu estudo? “Se forem construir um canal de escoamento de água e desejam saber qual melhor formato do canal de escoamento, se é com o fundo plano ou curvo por exemplo… para saber isso o engenheiro vai ter que simular o movimento da água em um computador, o que o projeto propõe é a elaboração de um método simulador do movimento da água, em um aplicativo, da maneira mais realista possível, de modo a ofertar à engenharia civil, dados mais confiáveis”, explicou.
Saindo de Cuba, o destino agora é a China.
Em 2021 Filipe se jogou no mar de cálculos e chegou até o ICIEA – International Conference on Industrial Engineering and Applications, evento do Institute of Control Robotics and Intelligent Technology, Hainan University, China. Entre 220 projetos apresentados, o dele foi classificado para apresentação e possível premiação.
Mas o desejo pessoal e a aprovação da universidade chinesa não suficientes para superar um obstáculo. É preciso registrar o projeto. Aí se estabeleceu uma barreira de ordem financeira para ele participar do evento, pois o registro custa R$ 5.000,00 (cinco mil reais) valor que ele não dispõe.
Filipe disse ao Cultura&Realidade, que foi informado da aprovação da sua proposta pelo evento, no final do ano e não teve como recorrer aos meios convencionais de custeio. “Eu recebi a carta de aceite no dia 28 de dezembro do ano passado, então não houve tempo para solicitar o financiamento de nenhuma agencia de fomento à pesquisa, que requer tempo para análise e liberação, e receio que até o mês de abril não consiga por este caminho.”, justificou.
O mestre ireceense da engenharia industrial, que fala fluentemente o inglês, alemão e espanhol, está na expectativa de conseguir os apoios necessários para participar de mais um evento internacional… e, com isso, a ex-capital do feijão vai se notabilizando, não apenas na agricultura e pecuária, esporte, cinema, turismo de negócios, mas também na construção do conhecimento.
Filipe vai pra China!